O layout da loja com seus elementos de comunicação tem função vendedora para o lojista. Para os consumidores se torna um importante aliado de decisão nas compras. Dessa forma, os estabelecimentos devem buscar maior visibilidade para aqueles alimentos que estão sendo alvo de escolhas que prestigiem saudabilidade e bem estar, pois essa é uma das tendências de consumo.
Nesta direção, a movimentação da indústria já começou. O setor está adequando seus produtos aos resultados da Pesquisa Fiesp/Ibope Brasil Food Trends 2020. Não só na composição dos alimentos, como também na comunicação das embalagens.
Grandes redes varejistas estão adotando uma comunicação mais efetiva da funcionalidade dos alimentos a partir da exposição dos produtos e, nesse sentido, o pequeno varejo não pode ficar para trás.
Se saudabilidade e bem estar são tendências atitudinais, resta ao pequeno varejo atentar-se para organizar o ponto de venda, sinalizando e comunicando de forma mais enfática a presença de alimentos com propriedades que melhoram a funcionalidade do organismo.
Mas, para acertar no layout da loja, é preciso gerenciar o visual como um todo. As características do ponto de venda devem ser definidas com base no tipo de consumidor que se pretende atrair. Um estabelecimento que comercialize alimentos com propriedades muito distintas uma da outra, precisa fazer um estudo minucioso da arrumação e sinalização interna, visando que todos os perfis de consumidores sejam plenamente alcançados.
A influência do layout no processo de escolha
Recentemente, uma pesquisa publicada no American Journal of Preventive Medicine, que teve início em 2010, comprovou a influência das cores na escolha de alimentos. Durante dois anos, foram utilizadas as cores que sinalizam o trânsito de veículos e pedestres no layout de uma lanchonete de um hospital de Massachusetts.
Os alimentos foram rotulados com as cores vermelho (alto valor calórico), amarelo (demandam cuidado) e verde (alimentos saudáveis) e, devido a essa intervenção, os clientes passaram a consumir aqueles mais ricos em nutrientes. A experiência de rotular alimentos por seu valor calórico ajudou a aumentar o consumo de alimentos saudáveis em até 20%.
Para o nutrólogo e endocrinologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), João César Castro, o estudo de Massachusetts merece destaque mais pela diminuição da quantidade de alimentos gordurosos vendidos do que pelo aumento do consumo das opções nutritivas. “Conseguir diminuir o consumo de alimentos que muitas vezes nem são essenciais, como salgadinhos e refrigerantes, é uma tarefa bem difícil. E isso pode trazer grandes benefícios para quem adota a mudança”.
O nutricionista e professor do Centro Universitário Iesb de Brasília, Murilo Pereira, também acredita que a estratégia utilizada pelos pesquisadores foi interessante, mas ele acha que os cientistas poderiam ter aprofundado mais os hábitos alimentares de clientes e funcionários da lanchonete. “O que foi avaliado a fundo foi o perfil de compra, não necessariamente o consumo. Acredito que a os resultados poderiam também ter detalhado o perfil alimentar dos participantes, acompanhando também a saúde deles”.
Pereira destaca que o método de avaliação dos pesquisadores é parecido com estratégias já implementadas. Ele usa como exemplo a adoção recente de um selo no Brasil que indica o uso de uma técnica de radiação para aumentar o tempo de conservação de alimentos. “Esses produtos tinham uma caveirinha em seus rótulos. Com isso, as vendas caíram e produtores pararam com a técnica para não prejudicar as vendas.”
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