No Brasil, existem mais de 26 milhões de cabeças, sendo 16,0 ilhões de ovinos e 10,4 milhões de caprinos. O Nordeste é região onde tem mais ovinos, explorando 9,3 milhões de cabeças. O estado com maior número de ovinos é o Rio Grande do Sul, com 3,7 milhões de cabeças. O município de Santana do Livramento-RS é o que conta com o maior rebanho de ovinos de lã (411 mil cab) e o de Remanso-BA é o que conta com o maior rebanho de ovinos deslanados (195 mil cab). Mais de 90% dos caprinos estão no Nordeste, sendo a Bahia o estado com maior rebanho, com mais de 3 milhões de cabeças. O município de Remanso-BA é, também, o que conta com o maior rebanho de caprinos (438 mil cab).
A produção dos rebanhos é muito baixa, principalmente no Nordeste, onde as práticas usadas na criação caracterizam muito mais uma atividade de subsistência do que propriamente um sistema de produção. A situação é um pouco melhor no Sul do país, onde a atividade predominante é a ovinocultura. Do ponto de vista tecnológico, os baixos níveis de produtividade da imensa maioria dos rebanhos ovinos e caprinos são, principalmente, decorrência da conjunção do pequeno tamanho da propriedade, da escassa oferta de forragem para os animais durante a estação seca, de um baixo potencial produtivo dos rebanhos e de práticas pouco adequadas de manejo alimentar (não têm reservas de forragens para a seca), reprodutivo (matrizes são cobertas pelos reprodutores livremente e a qualquer época do ano) e sanitário (alta mortalidade de animais jovens devido a doenças infecciosas, verminoses etc.). Nessas condições, é comum a morte de mais de 20% dos animais nascidos e o desenvolvimento retardado dos que conseguem sobreviver, só atingindo o peso de abate com mais de um ano de idade. Boa parte da produção se destina ao autoconsumo familiar e o pequeno excedente resume–se a uma limitada e irregular oferta de produtos (carne, peles, animais etc.), que dá ao produtor uma posição de baixo poder de barganha no mercado, responsável pelo baixo padrão de vida que caracteriza a imensa maioria das famílias dos ovino-caprinocultores.
Mercado – Há um grande potencial de mercado para os produtos da ovino-caprinocultura, representado por um incremento anual de consumo dessas carnes superior a 10%, um deficit nacional do consumo de leite de cabra da ordem de 5,9 milhões de litros anuais e por um deficit em peles, estimado em mais de quatro milhões de unidades anuais. As cadeias produtivas de ovinos e caprinos não têm condições de atender essa demanda do mercado por serem ainda bastante incipientes, apresentando acentuadas debilidades tanto no segmento produtivo como nos segmentos transformador e distribuidor, resultando em produtos de baixa qualidade, de oferta irregular e de custos não competitivos.
Em termos de comercialização predominam ainda (mais de 70%) as vendas diretas pelo produtor de animais vivos e/ou abatidos informalmente a intermediários na “porteira” da propriedade. A maior parte da carne ovina e caprina é comercializada mesmo em feiras e açougues, sob condições de absoluta precariedade em relação às questões de higiene no transporte e nos pontos de armazenamento e venda ao consumidor final.
Entre os fatores responsáveis pelo baixo nível de preços obtidos para os produtos cárneos destacam-se a escassez da oferta, a baixa qualidade do produto, as grandes distancias aos centros de maior consumo, a falta de informação do valor dos produtos, a atomização da oferta, a descapitalização, a modalidade de venda e a forte intermediação nas cadeias de comercialização – no caso do leite, podem ser citadas a excessiva concentração no leite fluido e a quase total dependência de programas de governo para comercialização.
Para saber mais sobre ovino-caprinocultura acesse a Cartilha do Sebrae: Manejo Básico de Ovinos e Caprinos.
Fonte: Sebrae.com.br