O maracujá é utilizado para consumo fresco, mas sua maior importância econômica está na utilização para fins industriais, processado para fabricação de suco.
A polpa é, ainda, utilizada na preparação de sorvetes, vinhos, licores ou doces. Estudos buscam o aproveitamento dos resíduos da industrialização de suco (casca e sementes), que são normalmente descartados e utilizados como ração animal ou adubo orgânico.
O fruto do maracujá-amarelo é do tipo baga, de forma oval ou subglobosa, com grande variação quanto ao tamanho e coloração da polpa. Tem em média 7 cm de comprimento por 6 cm de largura e peso entre 44 e 160 g.
O maracujá tem a característica de murchar, o que restringe seu mercado “in natura” em alguns países, pelo desconhecimento dos consumidores dessa característica.
A casca é coriácea e de cor amarelo intenso no fim do amadurecimento. É um fruto carnoso, com as sementes cobertas pelo arilo (mucilagem), onde se encontra um suco amarelo-alaranjado muito aromático e nutritivo.
O suco possui de 13 a 18% de sólidos solúveis, cujos principais componentes são os açúcares (sacarose, glicose e frutose). Possui de 200 a 300 sementes em cada fruto.
O maracujazeiro é uma planta trepadeira de grande porte, semilenhosa, vigorosa e de crescimento rápido, podendo atingir 10 m de comprimento. Fixa-se nos apoios por meio de gavinhas. As folhas são lisas e pontiagudas e possuem de 3 a 7 lóbulos. As flores são azuis com filamentos escuros e assemelham-se às orquídeas.
Os princípios ativos maracujina, passiflorine e calmofilase são encontrados em toda a planta, principalmente as folhas, conferindo ao maracujazeiro propriedades calmantes, hipnóticas, analgésicas e anti-inflamatórias.
Quase a totalidade da produção brasileira é da variedade amarelo ou azedo, que tem melhor aproveitamento industrial, destino de boa parte da fruta para fabricação, principalmente, de suco.
O maracujá roxo (Passiflora edulis Sims.), de origem australiana, é o mais difundido no comércio internacional de maracujá “in natura”. Seu fruto é redondo, com a cor da casca verde antes da maturação, púrpura, após o inicio do processo, e quase preta quando maduro.
Possui cerca de 4 a 5 cm de diâmetro, com peso variando de 35 a 130 g. No Brasil é tratado como fruta exótica. Seu suco possui menor acidez, interessando menos à indústria de sucos, e maior teor de vitamina C (20 a 60 mg/100g). A planta se desenvolve bem em regiões de clima frio e de elevadas altitudes.
O maracujá doce (Passiflora alata) é originário do Brasil. Os frutos são ovais ou periformes, com casca muito alaranjada, lembrando o mamão papaia, diferindo das demais espécies comerciais. O peso dos frutos varia de 80 a 300 g, com comprimento médio de 10,5 cm e 8 cm de largura.
A polpa é adocicada com forte e agradável odor, mais enjoativa se utilizada na forma de suco, por isso, é consumido exclusivamente na forma fresca.
O plantio do maracujá deve ser feito, preferencialmente, em regiões de baixa umidade relativa, fotoperíodo de luz superior a 11 horas (favorece o florescimento), ausência de geadas e ventos fortes.
O maracujazeiro precisa de uma estrutura que o sustente, porque seu caule é semilenhoso e não permite autossustentação.
Essa estrutura é construída com mourões de madeira e arame liso e é denominada espaldeira. Um sistema de condução adequado deve propiciar boa distribuição dos ramos, facilitar os tratos culturais e permitir melhor insolação dos ramos produtivos.
A produção comercial tem início a partir do décimo mês do plantio. A produtividade média do maracujá-amarelo está entre 12 a 15 t/ha/ano, podendo chegar, em áreas irrigadas, até 30 a 35 t/ha/ano.
Devido à redução gradual da produtividade nas lavouras, o maracujazeiro é explorado por dois ou três anos apenas, sendo recomendado após esse período o arranquio das plantas, limpeza da área e novo plantio.
Mercado – O maracujá é utilizado para consumo fresco, mas sua maior importância econômica está na utilização para fins industriais.
A fruta é processada para fabricação de suco integral a 14° Brix, néctar e suco concentrado a 50° Brix. O suco possui alto valor nutritivo e excelentes características organolépticas. A polpa pode ser, ainda, utilizada na preparação de sorvetes, vinhos, licores ou doces.
A casca de maracujá, que representa 40% a 50% do peso da fruta, é considerada resíduo industrial, assim como as sementes. Estudos buscam o aproveitamento de suas características e propriedades funcionais, que podem ser utilizadas para o desenvolvimento de novos produtos. O albedo da casca (parte branca) é rico em pectina, niacina (vitamina B3), ferro, cálcio, fósforo e fibra.
Das sementes pode ser extraído óleo de aproveitamento industrial. As sementes, no maracujá representam cerca de 6% a 12% do peso total do fruto e podem ser boas fontes de carboidratos, proteínas e minerais.
O percentual de óleo na semente de maracujá alcança cerca de 25,7% do peso do farelo seco obtido e possui elevado teor de ácidos graxos insaturados.
Tem um bom potencial para aproveitamento tanto na alimentação humana e animal, como em uso para indústria de cosméticos.
O farelo desengordurado obtido – após a moagem das sementes e extração com solvente – apresenta bom teor proteico, podendo também ser aproveitado como fonte de fibra.
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