O caso da Agroindustrial Extrema é um desses que inspira as pessoas a empreender de maneira sustentável. Veja como esta empresa cresceu e transformou a vida da comunidade em seu entorno.
Para fazer cachaça diferenciada em Pureza (RN), a Agroindustrial Extrema se baseou nos princípios da sustentabilidade e no conhecimento mineiro. Importou tonéis de carvalho e adotou a tecnologia dos alambiques de Minas Gerais. Em 2005, investiu R$ 230 mil em 12 ações sociais e cinco ambientais na Fazenda Extrema. Moradores de ruas vizinhas saíram ganhando. Doze casas foram saneadas pela empresa em uma cidade onde não há saneamento básico. A estação de tratamento de esgoto da fazenda separa os efluentes não-perigosos para serem utilizados na plantação hidropônica de milho forrageiro, que alimenta o gado. Em decorrência da postura responsável, a cachaça Extrema, carro-chefe da agroindústria potiguar, se tornou referência e recebeu prêmios regionais e nacionais. A Fazenda Extrema foi a primeira do RN a obter a certificação do Instituto de Bio-dinâmica (IBD) para a cana-de-açúcar e cachaça orgânicas. Em 2011, produziu 80 mil litros da bebida, vendida no Nordeste, SP e MG. “A sustentabilidade é estratégica. O objetivo de uma empresa não deve ser só chegar num lugar e obter lucro. Ela precisa atuar no desenvolvimento local, fazendo ações que beneficiam a comunidade em seu entorno”, declara Anderson Faheina Souza, diretor da Agroindustrial Extrema. “É conciliar o negócio, com o meio ambiente e o social”, enfatiza. Agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), ele conta que a produção mineira de cachaça o atraiu. “Fiquei fascinado com o processo artesanal de produzir a bebida. É bem harmonioso. Mineiro agrega valor: não produz cana, mas cachaça; não produz leite, produz queijo”, ressalta. As ações sustentáveis implantadas foram simples e contaram com o apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), informa Anderson. O Plano de Saneamento Básico da Fazenda Extrema coleta, trata e destina com segurança os efluentes, explica ele. A coleta e separação dos resíduos sólidos (vidro, metal, papel e plástico) da fazenda são outras iniciativas do empreendimento. A agroindústria está apoiando a criação de associação para tratar e vender os resíduos sólidos. A parte orgânica é transformada em adubo orgânico, usado nas culturas. As outras iniciativas sustentáveis implantadas foram: circuito fechado de vapor; energia solar; reuso de vinhaça nas plantações forrageiras; reuso de cinzas da queima do bagaço de cana na composição de argamassa; uso de bagaço de cana como fonte de calor na caldeira e alimentação bovina; produção própria de etanol; corte de cana sem queima; uso de sistema de alta eficiência do uso de água na irrigação; horta comunitária. Entre as práticas sociais, destacam-se: doação diária de leite para 20 famílias; Plano de Participação nos Resultados, que distribui bônus de 10% do faturamento bruto aos funcionários do empreendimento; treinamentos educativos e capacitação operacional para o corpo funcional, constituído 100% por pessoas da comunidade local; e ações de educação ambiental para colaboradores e vizinhança.
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Fonte: Sebrae.com.br