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Moda: basta um logo verde para se tornar sustentável?

Moda: basta um logo verde para se tornar sustentável?

A sustentabilidade está na moda, mas isso não deve ser encarado como uma tendência passageira e sim como um tema estratégico e de longo prazo para as empresas. Muitas marcas têm se atentado à uma demanda dos consumidores por produtos social e ambientalmente mais responsáveis, e com isso, apostado em reposicionamentos de imagem e desenvolvimento de produtos e ações de sustentabilidade. 

Uma das principais iniciativas nesse sentido consiste na criação de linhas de produtos sustentáveis como forma de oferecer mais uma leva de produtos para um nicho de mercado que se importa com os impactos da moda no meio ambiente. Essas etiquetas em questão têm desenvolvido um movimento apontado pelo site Business of Fashion como “Logomania Sustentável”, em que grandes marcas adaptam seus renomados logos para projetar esforços de sustentabilidade e de consumo consciente.  Mas será que desenvolver uma linha secundária carimbada por um logo verde é o suficiente para se tornar uma marca ecologicamente correta? 

Essas evoluções no mercado são importantes para acostumar o consumidor a novos materiais e sobre novas possibilidades de se criar moda. Mas é importante ressaltar que criar uma linha especial não é o suficiente para frear os avanços das mudanças climáticas, e que essa movimentação no mercado deveria se naturalizar e não ser mais apenas uma ferramenta de marketing.

Algumas marcas utilizam esse tema para capitalizar um nicho de mercado através de uma comunicação ambígua. Como por exemplo a fast fashion sueca H&M, que tem uma linha chamada Conscious (Consciente) e foi processada pelo Tribunal Federal de Nova York por alegações falsas de seu impacto ambiental. De acordo com relatório realizado pela Quartz, a marca utilizou uma classificação controversa de um Índice de sustentabilidade para parecer que trabalhava sob fundamentos éticos. 

O caso da H&M coloca luz sobre um dos principais problemas da sustentabilidade na moda: a ambiguidade das palavras e o greenwashing, que significa “lavagem verde”. Quando uma marca coloca no mercado um produto sustentável, ela deve expor em dados claros, sem ambiguidade, uma demonstração clara e verdadeira que fundamenta sua afirmação. 

O que faz de uma empresa ser parceira da natureza é a maneira que ela desenvolve soluções inovadoras para os desafios sociais e ambientais, desde a produção, remuneração, descarte e conscientização da população.  Assim, é importante ir além do logo verde e escrever, de fato, um novo capítulo na moda.

 

Fonte: https://ffw.uol.com.br/noticias/moda/basta-criar-linhas-e-logos-verdes-para-ser-sustentavel/

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Eloisa Artuso

Eloisa Artuso

Consultora Moda Verde Sebrae
Com 20 anos de experiência, Eloisa Artuso atualmente trabalha com desenvolvimento de pesquisa e conteúdo, criação e planejamento de projetos, estratégia e educação com foco na defesa dos direitos humanos e meio ambiente na indústria da moda. Eloisa é cofundadora do Instituto Fashion Revolution Brasil, movimento global que promove transparência, sustentabilidade e ética na indústria da moda, professora de design sustentável do Istituto Europeo di Design-IED e cofundadora da plataforma de pesquisa, estratégia e conteúdo multimídia, FEBRE. É consultora da Moda Verde, empresa credenciada pelo Sebrae.

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