É natural que um advogado ou escritório de advocacia deseje dar publicidade a uma vitória conquistada no âmbito judicial. Ao contrário do que muitas vezes se acredita, a divulgação de resultados de processos é um dos pontos mais sensíveis quando se trata da comunicação de advogados nas redes sociais.
Afinal, de acordo com o Código de Ética da OAB, publicar vitórias judiciais, mesmo em perfis institucionais, pode ser interpretado como captação indevida de clientela. Isso se aplica tanto a postagens orgânicas quanto a conteúdos patrocinados.
Contudo, há uma saída! A assessoria de imprensa para advogados acaba por ser a única forma segura de tornar público um acórdão sem infringir as regras da OAB. Quando uma decisão é noticiada por veículos sérios e com viés jornalístico, sua divulgação passa a ser permitida desde que não haja menção direta de que o escritório foi o responsável pelo resultado.
Trata-se de uma sutileza que permite transformar vitórias jurídicas em conteúdo válido para redes sociais e outros canais. E há toda uma estratégia em torno dessa alternativa que se insere dentro do marketing para advogados.
Você lerá a seguir um guia completo sobre como aplicar essa estratégia de forma técnica e planejada dentro do marketing jurídico. Ao longo do texto, a ideia é que você entenda quais veículos aceitam esse tipo de pauta, como oferecer um acórdão com exclusividade e quais cuidados tomar para se manter dentro dos limites éticos.
Confira a seguir.
O que é a assessoria de imprensa para advogados?
Primeiramente, é importante explicarmos como a assessoria de imprensa para advogados é uma estratégia de comunicação focada em construir e fortalecer a imagem pública de escritórios de advocacia por meio de aparições na mídia.
Diferente de publicidade, ela busca espaço editorial gratuito em jornais, revistas, portais de notícia, rádios e emissoras de TV. O objetivo é mostrar que o profissional ou a banca são fontes confiáveis sobre temas jurídicos de interesse coletivo, transmitindo autoridade e aumentando o reconhecimento público.
No marketing jurídico, essa estratégia é especialmente relevante porque o Código de Ética da OAB impõe limites rigorosos à propaganda. A assessoria de imprensa surge como um caminho legítimo para aumentar a visibilidade, desde que respeite os princípios éticos da profissão.
Entenda: Quando um advogado é entrevistado ou tem um artigo publicado, sua imagem ganha força, pois ele é apresentado ao público por um veículo imparcial ao invés de por meio de uma mensagem paga.
Um dos principais objetivos da assessoria de imprensa é a construção de prova social. Quando um advogado é citado como fonte em uma reportagem ou convidado para comentar um tema jurídico, transmite ao leitor ou espectador a percepção de que domina aquele assunto. Isso contribui para a construção de reputação e diferenciação, elementos valiosos em um ambiente onde muitos profissionais oferecem serviços semelhantes.
Claro, o sucesso dessa estratégia depende da qualidade do conteúdo oferecido à imprensa. Não basta enviar um release com elogios ao escritório: é preciso identificar assuntos que tenham interesse jornalístico real. Uma decisão judicial inovadora, uma nova interpretação jurídica ou a análise de um projeto de lei em debate são exemplos de temas que podem tanto atrair a atenção dos jornalistas como atender aos interesses do escritório.
A assessoria de imprensa para advogados também envolve preparo técnico. Como parte do marketing jurídico, essa estratégia exige planejamento, timing e respeito à ética profissional. Quando bem conduzida, permite que o advogado seja lembrado por suas contribuições ao debate público sobre temas jurídicos relevantes.
Não se trata de autopromoção, mas de oferecer conteúdo de valor que interesse aos veículos de comunicação e, por consequência, gere reconhecimento à imagem institucional do escritório.
Reputação x Captação direta
Ao investir em marketing digital para advogados, muitos escritórios concentram seus esforços hoje apenas em estratégias de captação direta como o Google Ads.
Embora esse tipo de ação gere tráfego qualificado e contato imediato com potenciais clientes, ela não garante que esses leads avancem na decisão de contratação. A falta de elementos que transmitam confiança pode ser um dos principais motivos para a perda de oportunidades mesmo com alto investimento em anúncios.
Importante: Quando o cliente potencial acessa o site ou as redes sociais de um advogado e não encontra conteúdos que transmitam autoridade, pode decidir não prosseguir com o contato. Isso acontece porque, especialmente na área jurídica, a confiança é um fator determinante.
A ausência de sinais públicos de credibilidade enfraquece o posicionamento do escritório, ainda que o serviço seja tecnicamente excelente. Entender como o advogado pode aparecer na imprensa ajuda a resolver essa lacuna.
A participação em reportagens, entrevistas e artigos veiculados por jornais e revistas reconhecidos funciona como um atestado de confiabilidade. Ao ver o nome do profissional associado a veículos respeitados, o potencial cliente tende a enxergar ali uma referência qualificada. Isso contribui diretamente para a tomada de decisão.
Além da aparição em veículos jornalísticos, é importante saber como utilizar essas conquistas na estratégia de marketing digital para advogados. Não basta apenas ser fonte de uma reportagem: é necessário divulgar esse conteúdo com inteligência. O link de uma matéria pode estar visível no site do escritório, nas redes sociais, em uma apresentação institucional ou ser enviado de forma segmentada para contatos por WhatsApp e e-mail.
Essa movimentação fortalece a reputação com diferentes públicos, não apenas com leads diretos. Um cliente antigo pode se sentir ainda mais seguro ao recomendar o advogado para outra pessoa. Parceiros, colegas e formadores de opinião também percebem esse posicionamento. A confiança cresce quando há consistência entre o discurso do escritório e sua presença em fontes externas de prestígio.
Portanto, saber como o advogado pode aparecer na imprensa é uma peça importante dentro de um planejamento estratégico mais amplo. A combinação entre ações de captação e estratégias de autoridade tende a gerar resultados mais sustentáveis. Não se trata de buscar visibilidade por vaidade, mas de construir uma imagem pública coerente com os valores e a qualidade técnica do escritório.
O advogado não pode postar resultado de processo
O Código de Ética da OAB impõe limites claros à divulgação de decisões judiciais por parte de advogados e escritórios nas redes sociais.
A publicação de resultados obtidos em processos, mesmo com autorização do cliente, é interpretada como forma de captação, o que a torna vedada tanto em postagens orgânicas quanto em anúncios patrocinados. A norma busca evitar o uso promocional da atuação jurídica, mantendo o exercício da profissão alinhado aos princípios da discrição e sobriedade.
Apesar das restrições, há discussões em andamento dentro do Conselho Federal da OAB sobre possíveis alterações nesse entendimento. Muitos profissionais da área defendem que a divulgação de vitórias relevantes poderia contribuir para a transparência e valorização do trabalho jurídico. Até que haja mudança formal nas regras, porém, a orientação vigente continua sendo restritiva quanto à exposição de êxitos processuais.
Nesse cenário, a assessoria de imprensa jurídica surge como um caminho viável para dar visibilidade a decisões importantes sem violar as regras da OAB.
Dica: Quando um portal de notícias especializado em direito, como a ConJur, publica uma matéria sobre determinada decisão judicial, essa notícia pode ser compartilhada pelo escritório. O cuidado necessário está em não afirmar que o advogado foi o responsável direto pela causa, mesmo que tenha sido.
Essa estratégia respeita as normas atuais ao mesmo tempo que amplia a presença do profissional no debate público. Além disso, se encaixa dentro do marketing para advogados de maneira mais discreta e alinhada com os limites éticos. A menção do tema em um veículo respeitado, sem tom promocional, contribui para a construção de reputação e posicionamento de autoridade.
A publicação de conteúdos jornalísticos que mencionam decisões relevantes também pode ser usada em materiais institucionais. Os advogados podem inserir links em apresentações, incluir esses materiais em newsletters para a base de contatos ou destacar o conteúdo em áreas específicas do site. A cautela está em evitar qualquer texto que se aproxime de um tom publicitário.
Portanto, dentro do marketing para advogados, a assessoria de imprensa jurídica permite trabalhar a imagem institucional sem ferir o Código de Ética. Trata-se de entender os limites impostos pela OAB e, a partir disso, buscar formas legítimas de se manter visível e relevante. O foco está na credibilidade construída a partir da presença em veículos de imprensa e não na exposição direta de conquistas processuais.
O segredo da linguagem
Já vimos aqui no guia como a assessoria de imprensa na advocacia tem o objetivo de tornar o trabalho jurídico conhecido sem ferir as normas da OAB.
A Ordem proíbe expressamente conteúdos com viés comercial, mas permite publicações informativas que ajudem a população a entender seus direitos. A diferença está no modo como a informação é transmitida: a linguagem precisa ser educativa, jamais persuasiva ou com apelo à contratação!
Dentro do marketing digital jurídico, essa diretriz impacta diretamente a forma de comunicação em sites, redes sociais e outras plataformas online. O advogado não pode estimular o ajuizamento de ações ou prometer resultados, mas pode produzir conteúdos explicativos que mostrem, por exemplo, o que diz a lei sobre determinado tema, quais são os prazos legais ou como funciona um processo específico.
A assessoria de imprensa atua nesse contexto como ponte entre o escritório e os veículos de comunicação. Quando um advogado é procurado para comentar decisões relevantes, explicar mudanças legislativas ou contribuir com artigos em portais jurídicos, ele está oferecendo conhecimento de interesse público. Isso é permitido pela OAB e pode ser amplamente divulgado, desde que não haja promoção direta de serviços.
Ao aplicar esse tipo de conteúdo no marketing digital jurídico, o advogado aumenta sua visibilidade sem infringir as regras. Publicações de caráter jornalístico, entrevistas e artigos podem ser compartilhados com a base de contatos do escritório, publicados nas redes sociais e destacados no site institucional. O cuidado está em manter sempre um tom técnico e informativo, evitando termos como “procure um advogado” ou “entre com ação”.
A linguagem deve seguir o mesmo padrão tanto na assessoria de imprensa quanto nas demais estratégias digitais. Explicar situações jurídicas de forma clara, com base legal e sem exageros, é o que permite a construção de autoridade dentro dos limites éticos da profissão. Essa abordagem atrai leitores interessados no tema e, eventualmente, gera contatos orgânicos que buscam orientação jurídica.
A estratégia de divulgação do processo
Pensando na prática e na execução desta estratégia, a assessoria de imprensa para escritórios de advocacia tem como uma de suas possibilidades o envio de acórdãos para veículos especializados.
No Brasil, quatro portais costumam se destacar nesse tipo de cobertura: Valor Econômico, Jota, ConJur e Migalhas. Esses meios analisam o conteúdo sob critérios jornalísticos, considerando a relevância jurídica, a novidade do tema e o impacto social ou econômico da decisão.
Apesar do destaque desses portais, outros veículos também podem se interessar por acórdãos, especialmente quando o caso possui características específicas. O local onde a decisão ocorreu, o impacto regional ou o vínculo com um tema em debate na sociedade podem despertar o interesse da redação. Cada veículo possui seu próprio critério de seleção, por isso a avaliação precisa ser feita caso a caso.
Emissoras de televisão, por sua vez, trabalham com uma lógica distinta. Para que uma reportagem seja produzida, normalmente é necessário apresentar um “personagem”, ou seja, uma pessoa diretamente afetada pela decisão judicial. A combinação entre o acórdão e o relato do cliente costuma facilitar a produção da pauta. Nesses casos, o advogado pode ser entrevistado como especialista e o cliente como figura central da história.
No marketing jurídico, essa abordagem se torna uma ferramenta relevante para aumentar a presença do escritório na mídia sem violar as normas da OAB.
Lembre-se: A visibilidade conquistada por meio de uma reportagem, seja ela online, impressa ou televisiva, transmite confiabilidade e posiciona o escritório como referência no assunto. Ainda que o foco da notícia não esteja no advogado, a presença dele como fonte técnica agrega valor à sua imagem profissional.
A escolha do veículo, do jornalista e da forma de abordagem exige planejamento. A assessoria precisa saber qual profissional da redação cobre temas jurídicos, qual o melhor canal para enviar sugestões de pauta e como apresentar o acórdão de forma clara, com um título objetivo e um resumo compreensível. O conteúdo deve ser adaptado ao estilo do meio e à linguagem do público do veículo.
Portanto, a assessoria de imprensa para escritórios de advocacia deve ser construída com estratégia e conhecimento de mídia. A simples conquista de uma decisão judicial não garante interesse da imprensa. É necessário saber o que oferecer, para quem oferecer e como articular a narrativa de modo que seja interessante para o jornalismo.
Quando esse processo é bem conduzido, ele fortalece a reputação do escritório no ecossistema do marketing jurídico.
Conclusão
A assessoria de imprensa para advogados não é apenas uma alternativa viável dentro das regras da OAB, mas uma estratégia sólida para fortalecer a reputação de um escritório sem infringir as normas que regem a publicidade jurídica. Ao utilizar canais jornalísticos, é possível dar visibilidade a temas relevantes, decisões judiciais e análises técnicas com respaldo ético e segurança na comunicação.
Ao longo deste guia, foi possível entender como integrar a assessoria de imprensa ao marketing jurídico de forma alinhada com as exigências do Código de Ética. A escolha das pautas, a forma de apresentação dos acórdãos e o cuidado com a linguagem são elementos que fazem diferença na forma como o público enxerga o advogado e seu trabalho.
Claro, a divulgação precisa ser planejada e adaptada à lógica da imprensa, e não à lógica da autopromoção. O marketing jurídico, quando combinado com estratégias de imprensa bem estruturadas, amplia as possibilidades de alcance sem comprometer a integridade profissional.
O conteúdo compartilhado deixa de ser apenas uma vitrine e passa a ser fonte de informação útil, o que favorece tanto o posicionamento institucional quanto a aproximação com o público certo. Esse é o melhor caminho.
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E se tiver interesse, leia também o nosso guia completo sobre como a assessoria de imprensa para advogados pode ser utilizada para fortalecer as landing pages na estratégia de captação direta.
