Mercado em transformação: queda da produção global, novos países produtores, aumento da demanda brasileira e crescimento da exportação do vinho nacional.
No final de 2013, o portal de notícias BBC Brasil publicou que um estudo conduzido pelo departamento de pesquisa do Banco Morgan Stanley, dizendo que o mundo está enfrentando uma escassez de vinhos, devido ao aumento da demanda e à queda na produção global.
Segundo a pesquisa, no ano de 2012, 300 milhões de caixas de vinho a mais deveriam ter sido produzidas para atender à demanda – volume que representou o maior déficit registrado nos 40 anos em que são feitas as medições pela instituição.
Na Europa, a produção de vinhos caiu cerca de 10% em 2012. Na contramão desse declínio, no chamado “novo mundo” do setor – Estados Unidos, Austrália, Argentina, Chile, África do Sul e Nova Zelândia –, a produção da bebida vem crescendo continuadamente.
Enquanto a produção mundial vai mudando de endereço, o consumo no Brasil cresce. Uma pesquisa do Instituto de Assessoria Mercadológica & Mercadométrica (IAM&M) aponta que entre 2002 e 2012, o consumo brasileiro de vinhos dobrou de volume.
Segundo a pesquisa do Banco Morgan Stanley, somente no período de 2007 a 2010, o consumo brasileiro aumentou 30% – apresentando uma das maiores taxas mundiais de crescimento. Se continuar neste ritmo, o país, no médio prazo, atingirá 5 litros por pessoa/ano – o que representaria, desta vez, mais que dobrar o consumo atual, que é de 2,2 litros por pessoa por ano (dados do Anuário do Vinho 2013).
Ainda de acordo com esse último estudo, A França é o maior consumidor mundial, com 45,7 litros por pessoa. Na Argentina (23,7 litros), no Chile (18,8 litros) e no Uruguai (25,6 litros) – bem acima do padrão brasileiro.
Os Estados Unidos – segundo no mercado mundial – juntamente com a China – são vistos como os países que mais impulsionam o consumo da bebida globalmente.
As vendas no Brasil acontecem principalmente nos supermercados, que começam a apostar em rótulos próprios e exclusivos (o segundo lugar é ocupado pelas adegas, lojas e delicatessens). De olho no incremento das vendas, o setor supermercadista e a indústria vitivinícola firmaram um acordo para promover o mercado de vinho nacional.
O Ibravin informa no panorama geral do setor que, hoje, a área de produção vitivinícola no Brasil soma 83,7 mil hectares, divididos principalmente entre seis regiões. São mais de 1,1 mil vinícolas espalhadas pelo país, a maioria instalada em pequenas propriedades (média de 2 hectares por família).
Cada zona produtora desenvolveu sua especialidade, elaborando rótulos com cultura, tipicidade e sotaque próprios. A diversidade climática típica e a criatividade do brasileiro levaram o país a alcançar uma vitivinicultura completamente original. Consolidado como o quinto maior produtor da bebida no Hemisfério Sul.
Oportunidades muito além das gôndolas brasileiras
Ainda sobre o mercado de vinhos, a BBC Brasil noticia que a Grã-Bretanha – o maior importador de vinho no mundo e terceiro maior importador de vinhos brasileiros – tem demonstrado maior interesse pelo vinho brasileiro. É por causa da Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016 que, acreditam as importadoras britânicas, haverá mais facilidade de introduzir rótulos brasileiros naquele mercado e apostam que o vinho vá cair no gosto dos locais.
O projeto Wines of Brazil – uma parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex) – espera que, em 2013, as exportações para a Grã-Bretanha tenham superado em 50% as do ano anterior, quando foram vendidos 94,6 mil litros, o equivalente a US$ 400 mil.
Da mesma forma que a produção mundial vai mudando de endereço, a importação mundial também. Em 2011, a Holanda foi o país que mais comprou vinho brasileiro. Em 2012, foi a Rússia. A China também é um país que se destaca nesse contexto.
Até 2010, não tinha grande importância para o Brasil, mas nos dois últimos anos passou a integrar o primeiro lugar quando o assunto é exportação de vinho fino engarrafado. Só em 2012, a alta em relação ao valor exportado em 2011 foi de 66%, chegando aos 621 mil dólares. Já em termos de volume, a melhora foi de 59%.
Apoio para internacionalização das empresas
Para o SEBRAE, o processo de internacionalização envolve a exportação, mas não só ela. Além de promover a atuação sustentável de pequenos negócios brasileiros no mercado externo, significa também torná-las mais competitivas no mercado interno, onde a disputa com produtos e empresas estrangeiras está cada vez mais acirrada.
O processo de importação também está entre as perspectivas de apoio, visando a realização de acordos de parcerias com empresas no exterior para vender para terceiros e fornecimento de produtos e compra de tecnologia.
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