No Brasil, diferentes espécies de pescado são cultivadas, porque elas variam de acordo com as condições geográficas das regiões. A seguir são apresentadas informações sobre as principais espécies cultivadas em água doce no Brasil e outras ainda promissoras para aquicultura nacional:
- Tilápia
Também conhecida como Nilótica, St. Peter, St. Pierre, Chitralada, Vermelha. Originária da África.
Hábito alimentar: Podem ser onívoras, herbívoras ou fitoplanctófagas, dependendo da espécie.
Sistemas de cultivo: Pode-se cultivar tilápias em viveiros escavados, raceways ou em tanques-redes.
Aspectos produtivos: Chamada de “frango d’ água”, a tilápia é cultivada em 24 dos 27 estados brasileiros, é a espécie de água doce mais cultivada no país desde 2002. Os machos crescem mais que as fêmeas. Por esse motivo, os cultivos intensivos buscam a reversão sexual. As fêmeas incubam os ovos na boca. Esses peixes superam variações de temperatura e se adaptam a concentrações de sal. Em 2006, o Ceará foi o maior estado produtor com 23,8%, seguido pelo Paraná com 16,5% e São Paulo com 14,2%. A tilápia é considerada o “carro chefe” da aquicultura continental brasileira.
- Carpa Comum
Também conhecida como Carpa Espelho, Carpa Capim e Carpa Cabeça Grande.
Hábito alimentar: Onívora, herbívora e zooplanctófaga.
Tamanho/peso: Podem chegar a mais de 100 kg. São normalmente comercializadas de 2 a 6 kg.
Sistemas de cultivo: Em sua maioria são cultivadas em viveiros escavados e, em muitos casos, consorciadas com outros animais ou culturas agrícolas, como o arroz.
Aspectos produtivos: Foi a primeira espécie introduzida no Brasil para repovoamento e cultivo. Devido ao clima, os cultivos de carpas se concentram na região sul e sudeste, tendo como principal produtor (em 2006) o Rio Grande do Sul, com 47,6%, seguido de Santa Catarina, com 22,7% e São Paulo, com 16,9%. Algumas espécies de carpas também são muito utilizadas na aquariofilia e em ornamentações.
- Tambaqui
Origem: Bacia Amazônica.
Tamanho/peso: Podem chegar a 45 kg e medir 90 cm de comprimento.
Hábito alimentar: Na cheia, alimentam-se de frutos e sementes. Na seca, de zooplâncton. Na aquicultura consomem ração balanceada.
Sistemas de cultivo: O sistema mais utilizado para o cultivo dessa espécie é o viveiro escavado, mas também são cultivados em tanques-rede.
Aspectos produtivos: Comporta-se bem no policultivo desde que seja a espécie principal. Os principais produtores (em 2006) foram: Amazonas, com 19,2%; Rondônia, com 14,9%; e Mato Grosso, com 14,7%. A maior parte do tambaqui produzido é consumida nos mercados locais de suas regiões.
- Pacu
Também conhecido como Caranha e Piratinga.
Tamanho/peso: Podem chegar a 20 kg e medir 80 cm de comprimento.
Hábito alimentar: Onívoras com tendência a herbívora. Alimentam-se de frutos, sementes, folhas, algas, raramente peixes, crustáceos e moluscos. Na aquicultura consomem ração balanceada.
Sistemas de cultivo: O sistema mais utilizado é o viveiro escavado, mas também podem ser cultivados em tanques-rede.
Aspectos produtivos: Comporta-se bem no policultivo desde que seja a espécie principal. A região Centro Oeste se destaca na produção. Em 2006, o Mato Grosso participou com 48,1%, Mato Grosso do Sul com 14% e Goiás com 9,8%.
- Tambacu
Origem: É uma espécie híbrida (fêmea de tambaqui e macho pacu).
Tamanho/peso: Podem chegar a 30 kg e medir 80 cm de comprimento.
Hábito alimentar (em cultivo): Ração balanceada.
Sistemas de cultivo: O sistema mais utilizado é o viveiro escavado, mas também podem ser cultivados em tanques-rede.
Aspectos produtivos: O Tambacu, por ser uma espécie hibrida, superou as expectativas, ultrapassando suas origens, no caso do Pacu. Dentre os principais produtores (2006) estão: Mato Grosso com 47,6%, Mato Grosso do Sul com 12,3% e São Paulo com 9,4%.
- Pirarucu
Hábito alimentar: Carnívoro.
Peso: Podem chegar a mais de 200 kg e 3 m de comprimento.
Sistema de cultivo: O sistema mais utilizado é o viveiro escavado, mas já existem alguns experimentos em tanques-rede.
Aspectos produtivos: Seu cultivo ainda é incipiente. Nos primeiros experimentos chegou a crescer mais de 6 kg/ano. Apesar de ser uma espécie carnívora, aceita bem ração com altos índices de proteína, desde que seja feito corretamente o acondicionamento alimentar. Sua carne não tem espinhos em ‘’y’’ e são comercializadas em mantas de pura carne. Apesar do grande interesse, o seu pacote tecnológico ainda não está totalmente definido, porém, é uma das espécies mais promissoras da aquicultura brasileira.
Saiba mais sobre aquicultura no link do Sebrae: Piscicultura de Água Doce.
Fonte: Sebrae.com.br