Seu uso mais expressivo é o alimentício, com o aproveitamento da polpa do fruto, baseado no extrativismo. É utilizado, também, para extração de óleos para fabricação de cosméticos e uso alimentar e na fabricação de licores. Sua madeira é de ótima qualidade, alta resistência e boa durabilidade.
Nome popular da fruta: Pequi (piqui, piquiá, piquiá-bravo, amêndoa-de-espinho, grão-de-cavalo, pequiá, pequiá-pedra, pequerim, suari).
O pequi é uma fruta nativa do cerrado brasileiro, muito utilizado na cozinha regional. Os frutos são do tipo drupa, com quatro lóculos. Possuem de seis a 14 cm de comprimento por seis a 20 cm de diâmetro.
O peso varia de 100 a 300 g. A planta produz de 500 a 2.000 frutos. Pesquisas apontam teores de óleo entre 42,2% e 61,79% e teores de proteína de 6,71% a 24,6% na amêndoa e na polpa, respectivamente.
Destaca-se a riqueza destes frutos em relação a vários elementos minerais, quando comparados com diversas frutas economicamente cultivadas.
Apesar da grande variabilidade, estudos demonstram que cerca de um quarto da massa do fruto é constituída por caroços e frutilhos (caroços não desenvolvidos). Aproximadamente 40% do caroço é constituído de polpa fresca. O rendimento médio é de 8,5% de polpa em relação à massa total do fruto.
O pequizeiro é uma espécie arbórea nativa do Cerrado brasileiro, pertencente à família Caryocaraceae. Ultrapassa normalmente os 10 m de altura e o diâmetro da copa varia de seis a oito metros. Ocorre geralmente em agrupamentos mais ou menos densos, tanto em formações primárias como secundárias e pioneiras.
As folhas pilosas são formadas por três folíolos com as bordas recortadas. As flores são grandes e amarelas. A espécie C. brasiliense Camb. é dividida em duas subespécies: C. brasiliense sp. brasiliense de porte arbóreo com ampla distribuição no Cerrado e C. brasiliense sp. intermedium, conhecido como pequi-anão, de porte arbustivo com ocorrência restrita a algumas partes deste ecossistema.
O pequizeiro floresce durante os meses de agosto a novembro, com os frutos iniciando a maturação em meados de novembro, podendo ser encontrados até início de fevereiro.
O plantio de fruteiras do cerrado reduz a pressão da coleta extrativa e predatória dos frutos. O pequizeiro pode ser utilizado na recomposição ambiental (recuperação de áreas desmatadas), em reflorestamento, para proteção de nascentes, margens de rios e lagos, no sombreamento de pastagens, etc.
Como não há disponibilidade de sementes selecionadas comerciais, o produtor deverá iniciar o plantio a partir da coleta de frutos no campo.
As plantas fornecedoras (matrizes) deverão ser selecionadas criteriosamente, observando seu vigor, produtividade, qualidade dos frutos e ausência de pragas. Essas plantas devem ser identificadas e preservadas para futuras coletas. O pequizeiro frutifica de outubro a março.
Os frutos do pequi caem normalmente quando maduros e são coletados no chão, eliminando-se os frutos estragados e malformados. Caso a colheita seja feita na árvore, deve-se observar se o fruto está completamente desenvolvido e maduro.
Extraída a polpa, as sementes são lavadas e postas para secar em local ventilado e seco. As sementes devem ser selecionadas, procurando-se uniformizar os lotes por tamanho, cor e forma, eliminando-se sementes deformadas, sem amêndoa ou com sintomas de ataque de pragas.
O viveiro de mudas deverá ser preparado para semeadura o mais breve possível após a coleta das sementes.
Essa área deve ser isolada e protegida da entrada de animais e pessoas que possam comprometer as mudas.
As mudas de pequi devem ser produzidas em sacos de polietileno colocando-se de três a quatro sementes por saco, enterradas a profundidade de dois cm. A percentagem de germinação alcança 60% e o período de germinação é de 60 a 300 dias. O plantio das mudas no campo pode ser feito com espaçamento de 8 x 8 metros.
Mercado – Seus frutos têm uso na culinária, na extração de óleos para a fabricação de cosméticos e uso alimentar, além da fabricação de licores.
Sua madeira é de ótima qualidade e alta resistência, moderadamente pesada e de boa durabilidade, sendo utilizada como moirões e lenha. Própria para xilografia, construção civil e naval, dormentes, fabricação de móveis e fonte de carvão para siderúrgicas.
A exploração da fruta é baseada no extrativismo. Seu uso mais expressivo é o alimentício, com o aproveitamento da polpa do fruto. O caroço é normalmente descartado, apesar dos altos teores de óleo.
Ainda não há iniciativas de grande escala para comercialização ou industrialização. Isto se deve à ausência de plantios comerciais, bem como da falta de pesquisas em melhoramento genético, silvicultura e demais aspectos direcionados à melhoria de sua produtividade.
Para exploração comercial das plantas do cerrado, o produtor deve realizar previamente uma pesquisa de demanda no mercado, identificando potenciais compradores e sua real necessidade de produto. Pode realizar algum beneficiamento ou a industrialização, desde que identifique claramente canais de distribuição para seus produtos.
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Fonte: Sebrae.com.br