Fizemos algumas reflexões sobre o impacto das novas tecnologias e mídias sociais na relação de consumo com base no livro Futuretainment e nas palestras realizadas no evento Intercon 2010, principalmente:
- “Estratégias de escalabilidade para serviços online”, ministrada pela Fernanda Weiden, da Google.
- “A nova dimensão de experiência marca/consumidor. Mobile e Local já são passado”, ministrada por Fabiano Coura, da R/GA São Paulo.
- “Tecnologia, Arte e Design. Interação homem/máquina ao vivo”, ministrada pela Karina Israel e Daniel Prado da YDreams.
- O fim da Web”, ministrada por Luli Radfahrer é Ph.D. em comunicação digital e Manoel Lemos, Diretor Digital da Abril.
A relação entre consumidor e a marca mudou muito com o advento de novas tecnologias e meios para as relações sociais. A percepção de uma marca transbordou do real para o virtual e cada vez mais essa experiência afeta o nosso relacionamento com a marca.
Já se foi o tempo em que a visibilidade de uma empresa se reduzia ao horário comercial de funcionamento da loja física. E esse conceito não foi extrapolado apenas com o e-commerce. Há um mundo de possibilidades com o mercado digital . O uso da internet extinguiu os horários comerciais da empresa. Não há mais hora de encerramento: a internet disponibiliza o acesso a sua empresa 24 horas por dia por sete dias na semana.
Agora o posicionamento das empresas diante das novas tecnologias que as conectam aos seus consumidores deve partir de um trabalho pró-ativo e não apenas reativo. A multiplicidade de formas de relacionamento pode trazer benefícios para as empresas. Um exemplo é a geolocalização, que já é uma realidade. Por meio de alguns celulares com GPS e aplicativos já é possível localizar o posto BR, o banco Itaú, aquela loja mais próxima.
O e-mail também já está se tornando um meio de comunicação do passado. Em uma pesquisa sobre o que os chineses fazem on-line, entre os 7 principais motivos o e-mail tem a menor incidência, precedendo uma tendência mundial.
Estar antenado com os novos canais digitais é importante para estabelecer conexão com os consumidores nos meios que crescentemente utilizam, sobretudo, com os novos consumidores que emergem aí. Isso visa, além de valorizar a marca, manter um contato permanente de relacionamento e feedback da percepção da empresa pelo olhar dos consumidores. As características das redes hoje promovem essa troca de percepções diretas entre esses consumidores.
Assim, atualmente a tecnologia e a inovação devem trabalhar com o markerting, as vendas e os produtos de uma empresa. Quer exemplos?
Quantas vezes você esperou pelo pãozinho sair quentinho do forno assim que chegou à padaria? O Empório Farinha Pura inovou no Brasil anunciando pelo Twitter quando a fornada sai… mas isso acontece desde 2009!!! Isso surgiu em uma padaria inglesa que contratou a empresa de mídia digital Poke London, que desenvolveu o BakerTweet, um dispositivo gadget que pode ser colado na parede e dispensa o uso do computador. Assim que a fornada fica pronta, basta apertar o botão e enviar uma mensagem pré-elaborada para os clientes. O padeiro apenas deve selecionar o tipo de quitute que saiu do forno e apertar o botão.
O Empório também forneceu senhas diárias que concediam 5% de desconto nas compras, transformando o Twitter em ferramenta de comunicação da empresa. A primeira pesquisa sobre os usuários brasileiros do Twitter, aplicada pela agência Bullet em abril de 2009, aponta que 79% seguem ou já seguiram perfis de empresas, eventos ou campanhas publicitárias no microblog.
De toda forma, o que fato é que a rede em si não é a referência na relação de consumo, as referências são as pessoas que, por meios tecnológicos, estão se encontrando e trocando suas experiências com as marcas. É o velho boca-a-boca, mas com alcance instantâneo mundial! E a sua empresa não deve dispensar a melhor propaganda que existe!
E prepare-se porque não pára por aí… os produtos digitais não estão apenas se desenvolvendo para melhorar as experiências reais. As informações virtuais estão sendo aplicadas no mundo real.
No correio americano um aplicativo pode medir a sua caixa por meio da câmera do seu computador. Com um aplicativo em seu celular você pode ler, por meio da câmera, o código de barras de um produto que gosta e ganhar com promoções. Uma delas concede um pacote de 6 cervejas ao escanear uma.
A Lego já utiliza um escaneamento em suas lojas em que, ao passar o código de barras da caixa, você visualiza o que está comprando dentro da caixa em 3D.
Outro aplicativo de celular que merece atenção é o Foursquare . Com ele, é possível fazer o checkin no local onde você está por meio do seu celular com GPS, entrando em contato com outras pessoas que são consumidores. É possível localizar lugares, ver dicas e recomendações, acessar ofertas… as mais próximas possíveis de você!
Cada vez a tecnologia está mais humana. O iPhone permite pais observarem seus pequeninos mexendo em seus telefones com uma impressionante naturalidade… está ficando mais intuitivo usá-los!
A conexão é a palavra de ordem e está na hora de pensar em como conectar sua loja, seu produto, seu serviço, com as pessoas, com os (potenciais) consumidores… há tecnologias gratuitas para isso. Migramos para uma forma mais democrática e interativa e os meios para isso estão acessíveis às micro e pequenas empresas gratuitamente!!!
CLASSE C
E você acha que nos esqueceríamos do consumidor brasileiro do momento? Não!
Caso você não tenha se convencido – mesmo com os exemplos e vídeos que mostram que essa é uma realidade agora – de que é possível explorar esses meios se justificando que o seu público-alvo não acessa essa tecnologia, pense novamente! Os aplicativos que mostramos são gratuitos, requerendo apenas o celular e o acesso à internet. Caso você pense que a classe C não tem acesso a isso é só ver a multiplicação de celulares pelo país e o desejo anunciado das empresas de telefonia celular em levar os smartphones e o acesso a internet para a classe C. O presidente da TIM , por exemplo, já havia anunciado o investimento da empresa em 3G para a classe C para o 2º semestre deste ano.
Na semana que vem vamos falar um pouco mais do assunto do mercado digital…
Luciana Pecegueiro Furtado, da Unidade de Acesso a Mercados do SEBRAE.