Os sacolões surgiram na década de 70 no estado de Minas Gerais, sendo que seu sistema de vendas consistia basicamente em negociar diversos produtos por um preço único. Na ocasião, o cliente colocava os produtos que desejava em uma sacola e pesava-os juntos. Essa é a origem do termo “sacolão”. Mas, foi a partir da década de 80, que os sacolões receberam um impulso do poder público com as CEASAs (Centrais de Abastecimento), que estimularam sua expansão e obtiveram uma excelente aprovação entre a população.
Os sacolões foram criados com os seguintes objetivos:
a) Propiciar um novo canal de distribuição de produtos hortigranjeiros para as populações de menor poder aquisitivo e, consequentemente, elevar a disponibilidade nutricional diversificada àquelas populações, com base nos teores de vitaminas e proteínas encontrados em larga escala nos produtos hortícolas;
b) Propiciar a distribuição também de produtos hortigranjeiros com classificação não comercial, aumentando a renda dos produtores com a nova opção de escoamento desses produtos;
c) Reduzir os custos operacionais nessa nova modalidade de venda a varejo, a preço único por quilograma, beneficiando sensivelmente o consumidor final;
d) Modificar o hábito do consumidor, estimulando-o a adquirir outros produtos hortigranjeiros, inclusive aqueles fora da classificação oficial;
e) Abastecer com produtos hortigranjeiros as populações residentes nas áreas periféricas dos grandes aglomerados urbanos;
f) E, finalmente, criar com os sacolões, um novo referencial de preços em nível de varejo.
O sacolão de hoje
O sacolão que conhecemos nos dias de hoje é um pouco diferente daquele das décadas de 70 e 80. A maioria não tem ligação com o governo ou com as Centrais de Abastecimento. Embora ainda exista a possibilidade de obter a concessão de um sacolão participando de licitação junto às Companhias de Abastecimento dos Estados, na maioria das cidades eles funcionam como comércios exclusivamente de cunho privado. Os sacolões privados também praticam a estratégia de negociar diversos produtos por um preço único, mas atendem em sua maioria, o público de classe média e alta. Porém, existem também sacolões que atendem a classes pobres, inclusive oferecendo apenas produtos de baixo custo.
As frutas e hortaliças frescas são os principais itens de comercialização. Os produtos comercializados são sazonais, perecíveis, de origens, tamanhos e variedades diversas, e a melhor qualidade é obtida no momento da colheita. O valor destes produtos, portanto, é em função da aparência, do frescor, do sabor e do tamanho.
A comercialização deve ocorrer no menor tempo possível, para preservar a qualidade, pois as frutas e hortaliças frescas continuam vivas depois de colhidas, possuem alto conteúdo de água, respiram, esquentam, perdem água, brilho, frescor, amadurecem e envelhecem. Devido a estas peculiaridades, são muito sensíveis ao manuseio brusco, batidas, cortes, que aceleram o seu envelhecimento e permitem a entrada de microorganismos oportunistas, responsáveis pela maioria das podridões.
As novas tendências de mercado apontam para um perfil de sacolões que, além de oferecerem os produtos tradicionais, incluem em seu mix os produtos orgânicos e da linha gourmet, além de agregarem em sua estrutura açougue e uma pequena mercearia com itens básicos de consumo. Entretanto, se o empreendedor optar por incluir novos produtos, deverá se informar sobre a legislação e verificar se existem exigências específicas.
Veja a ficha de negócios completa, acesse: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/Como-montar-um-sacol%C3%A3o