Se você quer empreender na piscicultura deve saber que são vários os sistemas utilizados para produção de peixes, desde os mais simples, denominados extensivos, até os mais produtivos, conhecidos como superintensivos.
O sistema intensivo de produção é o que mais cresce no Brasil atualmente e caracteriza-se pelo monocultivo: utilização de uma só espécie de peixe, com predominância da tambatinga em Mato grosso, do tambaqui em Rondônia e da tilápia nos outros estados.
A principal fonte de alimento é a ração extrusada completa, fornecida em uma frequência que pode variar de seis vezes ao dia nas fases iniciais e até duas vezes ao dia na etapa final de engorda.
A quantidade de ração oferecida deve coincidir ou, ao menos, se aproximar da saciedade dos peixes. O objetivo é incrementar o crescimento para reduzir o período de abate, otimizar o aproveitamento do viveiro e melhorar a lucratividade. O ideal é se trabalhar com tecnologia próxima ao limite máximo de produção econômica.
No estado do Mato Grosso, por exemplo, esse sistema é constituído, principalmente, por viveiros e represas com tamanho médio de 5.000m² e 50.000 m², respectivamente. Nesse sistema não se utiliza a adubação química ou orgânica dos viveiros. Como o fornecimento de ração é feito em volumes maiores, os restos de ração e dejetos dos peixes já promovem uma grande produção de matéria orgânica, que, se fosse associada com adubo químico ou orgânico, poderia trazer prejuízos à criação.
O fornecimento de rações fareladas ou peletizadas não é indicado por provocarem perdas e também ocasionarem a redução significativa da qualidade da água.
Nesse modelo, a qualidade da ração constitui fator decisivo para obtenção de resultados positivos. Atualmente as rações indicadas são as extrusadas – uma tecnologia de produção que submete a ração a altas temperaturas e pressão por um período curto de tempo, proporcionando seu cozimento, eliminando agentes patogênicos e fatores antinutricionais, bem como diminuindo a densidade do seu “pellet” para que consiga flutuar, reduzindo, assim, o desperdício e melhorando a conversão alimentar.
O funcionário que trabalha em uma piscicultura dotada dessas características deve, além de saber ler e escrever, dispor de paciência e senso de observação. É importante ainda que receba treinamentos periódicos que o capacitem a exercer sua função plenamente, uma vez que qualquer descuido pode ser fatal para a saúde dos peixes e para o sucesso financeiro do empreendedor.
A produtividade nesse sistema de produção se situa na faixa de 5.000 a 10.000 kg/ha em viveiros com baixa renovação de água. Em instalações que permitam uma maior renovação de água diária, a produtividade pode ser incrementada, chegando-se até a 20.000 kg/ha.