O plantio de hortaliças, condimentos e ervas medicinais vem ganhando os espaços urbanos das cidades brasileiras. A tendência, que também tem ganhado adeptos em metrópoles internacionais – como Nova York –, algumas vezes é consequência do pouco tempo disponível para o lazer, fazendo com a sociedade se dedique ao cultivo de especiarias para ter um pouco mais de contato com os elementos da natureza. Outras vezes é pelo genuíno interesse de zelar da alimentação da própria família, com a manutenção mini-hortas, minimizando o contato com agrotóxicos.
O fato é que esta tendência tem potencializado um novo nicho de mercado: é o cultivo de plantas ornamentais sendo substituído, com frequência, pelas mini-hortas, seja em varandas individuais ou em hortas coletivas, nas áreas comuns dos prédios.
Do interior de São Paulo, um projeto de mini-hortas para pequenos espaços já ganhou até prêmios. Depois de concorrer com 35 projetos e 500 participantes, a ideia da unidade do Centro Brasileiro de Cursos (Cebrac) de Botucatu levou um prêmio de R$ 4 mil (R$ 2,5 mil para o grupo e outros R$ 1,5 mil para o instrutor) com a primeira colocação na 2ª edição da Feira Nacional de Empreendedorismo.
A Florap, companhia criada pelos alunos do Cebrac de Botucatu, levou para a feira o produto focando na inovação e que também pode ser usado como uma peça de decoração – suas as mini-hortas contam com sistema de iluminação e de irrigação próprios. No estande da Feira, o grupo também expos um aquário que mantinha, na parte superior, uma mini-horta hidropônica.
A Embrapa Hortaliças, empresa pública brasileira que é referência mundial em pesquisa, desenvolvimento e inovação em olericultura tropical, antecipando a tendência, realiza desde 2004 um programa para cultivo de hortas em pequenos espaços voltado para o público urbano.
A iniciativa tem como objetivo a transferência de tecnologia de produção de hortaliças em pequenas áreas, além de propiciar maior contato com a natureza, criando a possibilidade de uma maior interação com as plantas, atividade que pode funcionar como coadjuvante na prevenção do estresse cotidiano.
Experiências internacionais
Já em Nova York, um projeto de hortas urbanas já nasceu como um negócio social. Em canteiros no topo de dois prédios comerciais nos bairros Queens e Brooklyn – são cultivados legumes, verduras, frutas e ervas. As atividades são realizadas por funcionários e voluntários e a produção é vendida para restaurantes locais.
A Brooklyn Grange Farm também comercializa uma espécie de “cesta básica orgânica” para famílias que queiram receber os alimentos semanalmente em casa ou em vende a granel em uma feira aos sábados no próprio topo dos prédios.
De acordo com projeções de especialistas, cerca de 80% da população mundial viverá nas cidades até 2030. Por isso, a ideia de produzir e consumir localmente, difundida nos últimos anos também em Londres, tem movido incentivos por parte da prefeitura local, que se comprometeu em criar esquemas que suportam a produção urbana.
A produção de alimentos no coração de cidades não é propriamente novidade – a prática era frequente na Antiguidade, do Egito a Machu Picchu. A jornalista Regina Scharf relata em “sementes Urbanas” (http://www.pagina22.com.br) a experiência de um americano que colhe safras recordes de alimentos orgânicos em um bairro urbanizado e que começa a revolucionar a cultura alimentar de fast-food naquele país. Vale a pena conferir!
Apoio para MPEs
As oportunidades de negócios para o plantio em áreas urbanas alcançam empresas de diversas atividades: das produtoras de sementes e mudas aos prestadores de serviços de jardinagem e decoração ou mesmo de arquitetura e urbanismo.
Por isso, se você se identificou com algumas dessas perspectivas, busque o apoio do Sebrae no seu estado. Localize a unidade mais próxima em http://www.sebrae.com.br