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PMEs devem ter cuidado ao pagar por anúncios no Facebook

Muitos empreendedores, além de pequenas e médias empresas, escolhem anunciar no Facebook porque é uma opção mais barata do que a mídia tradicional e, aparentemente, com resultados imediatos. Enquanto um pequeno anúncio em jornal pode custar 5 mil reais, o Facebook permite anunciar com até mesmo dois reais de investimento.

Parece ótimo, não é? Pena que não funcione exatamente assim.

Recentemente, vários gestores têm recomendado suspender o pagamento por anúncios na rede social. Por quê? As estatísticas exibidas pelo Facebook não são auditadas, ou seja, não há possibilidade de verificar quem são as milhares de pessoas que clicam, curtem e compartilham os posts.

Em outras palavras, o anunciante acha que está pagando pelo anúncio, mas, na verdade, paga pela fé que o sistema seja 100% íntegro e honesto, sem garantias técnicas ou até mesmo legais que corroborem os números. A única comprovação é a palavra do próprio Facebook, pois a visualização direta da audiência e a verificação do alcance não é permitida nem mesmo para o administrador da página.

Há exatamente um ano, a Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos trouxe o assunto à tona, até então restrito aos círculos de programadores insatisfeitos com a falta de transparência e total impossibilidade de verificação dos números. Jornais como o New York Times também questionam, em recorrentes reportagens.

O próprio Facebook admite, oficialmente em sua página para investidores, que pouco mais de 10% de toda a base de usuários pode ser falsa. Trata-se de uma afirmação oficial. O número real deve ser muito maior.

No Brasil, essa é uma discussão ainda muito nova.

Sem verificação e sem auditoria externa nos números, significa que na prática não existe diferença entre um seguidor que chegou na sua página por causa de um anúncio oficial e um seguidor falso (fake) oferecido ilegalmente por empresas que vendem perfis e curtidas aos milhares.

As duas práticas são distintas, mas apresentam resultados idênticos e sem comprovação. Para entender melhor esse comércio, vale a pena conferir outro relato do New York Times, desta vez bem recente, de abril de 2014.

A diferença crucial é que o Facebook é o dono do sistema e pode fazer isso legalmente, sem dar satisfação a ninguém. Está escrito, inclusive, no contrato e nos termos de uso da rede social (aquelas letrinhas que ninguém lê) que esses algoritmos são informações protegidas por direitos autorais.

Trata-se de um modelo de negócios, altamente benéfico ao Facebook, mas sem resultados práticos para os anunciantes. O resultado, na verdade, é psicológico e funciona muito bem: todo mundo gosta de ter milhares de seguidores e centenas de compartilhamentos. Mesmo que eles não existam.

Em época de campanha eleitoral, essa situação torna-se ainda mais grave. Especificamente sobre o assunto, recomendamos um outro artigo, publicado no Webinsider sobre o chamado Fakebook.

No próximo artigo, vamos falar um pouco sobre a maneira mais eficiente de usar os anúncios no Facebook em termos estratégicos e de comunicação.

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* Paulo Rebêlo (e-mail) é diretor da Paradox Zero, uma agência especializada em tecnologia e estratégias digitais. Colabora com textos para o blog esporadicamente. A opinião dele não representa uma opinião do Sebrae. Se você gostaria de ter um texto ou uma ideia divulgada neste blog escreva para o sebraemercados@gmail.com

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