Loja de produtos de fazenda é um negócio relacionado ao conceito de alimentação saudável, não industrializada e livre de conservantes. O modelo do negócio é a proximidade com natureza, onde são comercializados alimentos produzidos no campo, tais como: frutas, verduras e legumes, bebidas artesanais, conservas, molhos e condimentos, frutas secas, pães e biscoitos, café e chá, doces e geléias, grãos e farinhas, ervas medicinais, laticínios e ovos.
Um dos nichos mais importantes a ser considerado é o dos produtos orgânicos. O produto chamado orgânico é resultado de um sistema de cultivo agrícola que busca manejar, de forma equilibrada, o solo e os demais recursos naturais – água, plantas, animais e etc. – conservando-se em longo prazo e mantendo a harmonia desses elementos entre si e os seres humanos.
Nesse segmento, há uma concorrência bastante expressiva das grandes redes de supermercados, com seções destinadas exclusivamente para alimentos orgânicos. O aumento da oferta reflete o crescimento da demanda, composta por pessoas mais bem informadas e interessadas em uma alimentação saudável.
Os clientes que compram produtos de fazenda buscam associações com lembranças da infância ou querem, por alguns momentos, fugir do ambiente urbano. O empreendedor deve ajudar neste processo de “fuga da cidade”, simulando um ambiente rural em sua loja, repleta de produtos artesanais e caseiros. Mais informações podem ser obtidas por meio da elaboração de um plano de negócios. Para a construção deste plano, consulte o SEBRAE mais próximo.
Mercado
O estilo de vida saudável ganha cada vez mais adeptos, aumentando rapidamente o consumo de alimentos orgânicos. É crescente o número de pessoas que buscam uma alimentação mais equilibrada, na tentativa de resgatar um tempo que ainda era possível ter à mesa alimentos frescos, de boa qualidade biológica e livre de agrotóxicos. Segundo o Instituto Biodinâmico (IBD), entidade privada voltada para o desenvolvimento desse segmento econômico, a venda de produtos orgânicos cresce à ordem de 20% ao ano.
Percebe-se uma tendência do consumidor orgânico de privilegiar aspectos relacionados à saúde, ao meio ambiente e ao sabor dos alimentos. Uma pesquisa do Ibope afirma que 68% dos consumidores brasileiros estão dispostos a pagar mais caro por um produto que não polui o meio ambiente. Essa tendência pode ser verificada, inclusive, na população com baixa renda familiar.
De modo geral, pode-se dizer que existem basicamente dois tipos de consumidores orgânicos: aqueles mais antigos, motivados, bem informados e exigentes em termos de qualidade biológica do produto; e os novos consumidores, adeptos desta recente tendência nutritiva.
O consumidor orgânico é, normalmente, um profissional liberal do sexo feminino (66%) e com idade variando entre 31 e 50 anos (62%). Apresenta nível de instrução elevada, com nível superior completo. Possui o hábito de praticar esportes com frequência (54,9%) e, mesmo morando na cidade, procura um estilo de vida que privilegie o contato com a natureza, frequentando parques e bosques regularmente (62,9%).
No Brasil, há oportunidades de negócio em várias cidades de pequeno, médio e grande porte. Alguns dados confirmam este potencial de crescimento:
- O setor de alimentação saudável teve um crescimento de 870% nos últimos 10 anos.
- A proporção de jovens com sobrepeso quadruplicou nos últimos trinta anos e chegou a 14% na faixa etária dos 8 aos 18 anos. A culpa é da vida sedentária e do excesso de comida industrializada, rica em farináceos e gorduras. O efeito perverso deste ganho precoce de peso é o aumento das doenças cardiovasculares e do diabetes tipo 2.
- 40% da população brasileira estão acima do peso.
- De acordo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 30% dos brasileiros têm colesterol acima do nível recomendado (200 miligramas por decilitro de sangue).
- 80% dos jovens afirmam em pesquisas procurar alimentos mais saudáveis e naturais.
- 35% dos domicílios brasileiros consomem produtos diet e light.
- 21% consomem produtos orgânicos.
- 47% não deixam de consumir produtos saudáveis por causa do preço.
Devido ao risco intrínseco ao negócio, recomenda-se a realização de ações de pesquisa de mercado para avaliar a demanda e a concorrência. Seguem algumas sugestões:
- Pesquisa em fontes como prefeitura, guias, IBGE e associações de bairro para quantificação do mercado-alvo;
- Pesquisa a guias especializados e revistas sobre o segmento;
- Visita aos concorrentes diretos, identificando os pontos fortes e fracos dos estabelecimentos que trabalham no mesmo nicho;
- Participação em seminários especializados.
Para conhecer a ficha de negócio completa desse segmento, acesse: Como Montar uma Loja de Produtos da Fazenda