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Novos hábitos de consumo potencializam oportunidades para a tapioca

Novos hábitos de consumo potencializam oportunidades para a tapioca

Tapioca_Central

Um dos fatores que está impulsionando as oportunidades para a demanda de tapioca é a elevação da procura por alimentos livres de glúten – proteína encontrada no trigo, no centeio, na aveia, na cevada e no malte. Essa demanda ocorre porque as dietas prescritas por nutricionistas que restringem o consumo de tal ingrediente estão se tornando cada vez mais comum. Porém esse não é o único motivo.

A tapioca, essa iguaria tipicamente nordestina que há muito tempo já avançou a fronteira para outros estados brasileiros, está ganhando muito mais espaço nas mesas dos brasileiros também por causa da valorização da gastronomia regional. Essa valorização se dá, mais recentemente, devido à realização da Copa do Mundo no Brasil. Ocasião na qual o setor gastronômico tem infinitas oportunidades para explorar o produto, recriando receitas e dinamizando o consumo.

No Ceará, a paixão pela tapioca é tamanha que existe um lugar onde ela reina absoluta nos cardápios: o Centro das Tapioqueiras, localizado no bairro de Messejana, em Fortaleza. Dividido em 26 boxes, o Centro existe há dez anos e já virou parada obrigatória para turistas nacionais e estrangeiros. A expectativa é de que a Copa do Mundo de 2014 amplie esse fluxo de clientes e gere novas oportunidades para quem vive do comércio da guloseima no local.

Por essa razão, o Sebrae no Ceará começou a realizar um trabalho de preparação das tapioqueiras, com foco no ambiente do mundial da Fifa. A iniciativa faz parte do programa Sebrae 2014 e tem como objetivo aumentar a competitividade do polo gastronômico da tapioca por meio da capacitação dos proprietários dos boxes para uma gestão mais profissional do negócios, com a realização de consultorias e treinamentos abordando temas como atendimento ao cliente, boas práticas na manipulação de alimentos, gestão de pessoas e gestão financeira, entre outros.

O ponto de partida é o incentivo à formalização já que a grande maioria dos negócios ainda é informal. Até hoje foram realizados dois encontros de sensibilização para a apresentação da figura do Empreendedor Individual e as facilidades para legalizar negócios que faturam até R$ 60 mil por ano, bem como os benefícios previdenciários e a possibilidade de contratar até um empregado com carteira assinada. Ainda este mês está previsto um terceiro encontro, em que o Sebrae irá levar até o Centro das Tapioqueiras toda a estrutura necessária para a formalização.

“Só temos três permissionários formalizados. Os outros 23 são informais. A maioria tem medo de se formalizar por falta de conhecimento, com receio de ter prejuízo. As pessoas acham que a burocracia e os impostos inviabilizam o trabalho aqui”, afirma a presidente da Associação do Centro das Tapioqueiras, Valdênia da Silva.

De acordo com a empreendedora, a parceria com o Sebrae poderá ajudar a mudar essa realidade. “Essa ajuda está sendo muito bem vinda porque não é só para a Copa do Mundo de 2014. É para a vida inteira. Temos muitos problemas aqui e um parceiro forte como o Sebrae traz esperança de que as coisas possam melhorar”, diz a tapioqueira.

Depois da formalização, segundo a gestora estadual do Sebrae 2014, Evelyne Tabosa, será montado um plano de capacitação de acordo com as necessidades levantadas pelas tapioqueiras, com início de execução ainda no primeiro semestre de 2012.

No pacote de serviços que será oferecido estão consultorias voltadas especificamente para a elaboração e implantação do Manual de Boas Práticas e dos Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs), conforme determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para empreendimentos que comercializam alimentos.

“A questão da higiene e da manipulação dos alimentos é uma prioridade. Em paralelo, vamos fazer, também, um guia do polo gastronômico das tapioqueiras, com informações e curiosidades sobre a tapioca, as origens do lugar, um serviço de todos os boxes, indicações de como chegar, horário de funcionamento etc. Esse guia será lançado para todo o trade turístico e distribuído nas agências de viagens e em hotéis antes da próxima alta estação de dezembro e janeiro. Dessa forma, iremos dar mais visibilidade ao Centro das Tapioqueiras e incentivar a visita de mais turistas ao local, gerando negócios e renda para as tapioqueiras”, explicou a gestora.

Produção Nacional

De acordo com uma publicação da Infoteca da Embrapa Amazônia Oriental (CPATU), dados do IBGE-2012 revelam que a distribuição do setor produtivo de mandioca no país está assim constituída:

  • O Pará lidera a produção de mandioca, com participação de 20,54%.
  • Em seguida, o Paraná, com 16,52%;
  • Em terceiro, a Bahia com 9,41%;
  • Depois vem o Maranhão, com 6.53%; e
  • São Paulo, com 6,17%.

Esses estados somam 59,17% do volume produzido no país.

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