A castanha de caju é hoje um produto de base comum em todas as regiões com um clima suficientemente quente e úmido, repartindo-se por mais de 31 países, para uma produção anual, em 2006, de mais de três milhões de toneladas, segundo números da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação). A área total de cultivo é de 33.900 km², para um rendimento médio de 916 kg/hectare. Os cinco maiores produtores foram o Vietnã (941.600 toneladas), a Nigéria (636.000 toneladas), a Índia (573.000 toneladas), o Brasil (236.140 toneladas) e a Indonésia (122.000 toneladas), responsáveis por mais de 80% da produção mundial. Nesse agribusiness internacional, a Índia e o Brasil respondem por aproximadamente 90% do processamento e da exportação da castanha industrializada. Nesse mesmo ano o Brasil exportou cerca 43.231,50 toneladas, quantidade 4% superior a de 2005, quando foram embarcadas 41.856,10 toneladas. Financeiramente o percentual também foi pequeno, cerca de 1%, isto quer dizer que, mesmo com um volume maior exportado, a receita auferida permaneceu quase igual. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior – Secex, o montante de recursos envolvidos em 2006 foi de U$187.537.640,00 FOB, contra 187.126.443,00 em 2005.
A demanda pela ACC brasileira, de acordo com agentes do setor, é dividida da seguinte forma: 15% para o mercado interno (fábricas de sorvete, chocolate, supermercados e padarias) e, 85% (oitenta e cinco por cento) absorvidos pelos mercados; americano (70%), europeu (10%) e canadense (5%). O beneficiamento final da ACC- amêndoa de castanha de caju, que é a torra, salga e embalagem, é realizada nos países de destino, sendo que o mercado internacional do produto pronto é residual. O Brasil exporta amêndoa pronta para consumo para os países do MERCOSUL em pequenas quantidades. Os países produtores são também consumidores, mas os mercados mais dinâmicos e rentáveis estão nos países de mais alta renda per capita. Não há dados exatos sobre o consumo mundial de amêndoa de caju, mas os fluxos de comércio podem ser usados como referência. As importações mundiais de ACC foram de 147,5 mil toneladas em 1998 e seguem com tendência de crescimento. Dentre os mercados consumidores, destacam-se os Estados Unidos e União Europeia detendo 78% do total em 1998. O restante divide-se entre Austrália, Japão, Canadá, China e Singapura. O cajueiro é uma planta bastante resistente, adaptando-se bem a solos arenosos e argilosos. É uma planta de sol pleno e regiões quentes. As pragas mais comuns são: broca-das-pontas (Anthestarcha binocularis Meyrick), que fura os ramos e seca as flores. Traça-da-castanha (Anacanpsisphytomiella), que destrói a castanha, secando-a. Pulgão-da-inflorescência (Aphis gossypii Glover), que suga a planta e libera uma substância açucarada que propicia o desenvolvimento de fungos. Tripes (Selenothips rubrocinctus Giard), que seca as folhas e inflorescências.
Para um bom aproveitamento do espaço físico de uma mini fábrica de castanha, é necessário reservar um local para o armazenamento das castanhas e outro para as amêndoas embaladas. As operações básicas de beneficiamento da castanha podem ser desenvolvidas em quatro etapas distintas:
1. A limpeza, a classificação por tamanho e o cozimento da castanha realizam-se em área externa, coberta por um toldo. As operações de limpeza e classificação podem, também, ser efetuadas no galpão de armazenagem. A secagem das castanhas para o corte é efetuada sob o sol, em terreiro cimentado.
2. No descasque ou corte, deve-se reservar um espaço para a estocagem das cascas que serão utilizadas para a extração do líquido da casca, ou ainda, para alimentar o forno e a fornalha.
3. Para a despeliculagem e seleção exige-se um local higiênico, pois a amêndoa, semiprocessada já se encontra exposta ao ambiente. Essa área deve ser isenta de roedores e insetos, visto que o material não embalado pode necessitar ficar estocado de um dia para o outro. As operações requerem também um ambiente com abundância de luminosidade, para facilitar o trabalho.
4. Fritura e embalagem – no caso de amêndoas cruas, a embalagem poderá ser feita na mesma área da seleção, mas, no caso de amêndoas torradas, a operação de fritura deve ser efetuada em ambiente separado. Nessa área, as mesmas condições de luminosidade e higiene devem ser observadas.
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Fonte: Sebrae.com.br