O comércio joalheiro, ao adotar a estratégia de produzir internamente grande parte dos produtos que comercializa, propiciou uma nova forma de concorrência à indústria tradicional de joias ao longo dos últimos 10 anos.
A iniciativa, inicialmente culminou em despertar no segmento industrial o reconhecimento de uma potencial ameaça: o distanciamento entre a indústria e o varejo poderia resultar em prejuízos para ambos. Porém, enquanto o varejo vinha produzindo internamente ou se unindo à indústria para desenvolver ações cooperadas que melhorassem a qualidade do contato entre o consumidor e a marca, no ponto de venda, o mercado se transformou.
Transformou-se de tal maneira que entender e se relacionar com um novo consumidor passou a ser altamente desafiador tanto para o varejo como para a indústria. Muitas mudanças devidas principalmente à internet e às tecnologias dos dispositivos móveis que, cada vez mais disponíveis e diversificados, promoveram uma expansão exponencial do ambiente de comunicação dos consumidores finais, exigindo a união de forças para a execução das estratégias de marketing e comunicação.
O relacionamento com o mercado através de publicidade, displays e vitrines, por exemplo, tornou-se insuficiente. Como consequência as técnicas de Trade Marketing evoluíram para as técnicas de Shopper Marketing. Prática que se refere a uma nova abordagem que vem reestruturando o marketing no mundo inteiro e evidenciando uma tendência que, em breve, deverá desembarcar no setor joalheiro de forma mais contundente.
O Shopper Marketing estuda fundamentalmente o ato de compra. Nesta visão o comportamento do comprador no local onde a venda acontece, seja online e/ou offline, é determinante. Ou seja, é no ambiente de consumo que se busca identificar e compreender a atitude, o investimento de tempo e o gasto de energia do consumidor.
Essa dinâmica avalia a interatividade e a interconectividade do consumidor para promover, afinal, uma comunicação tão multidirecionada quanto à dele no relacionamento com o mundo que o cerca. Daí é que se extrai um guia que dará suporte às decisões estratégicas de marketing que abarcam desde a concepção dos produtos até a divulgação dos mesmos nos mais diversos canais disponíveis em um contexto em que marcas passam a ser vistas como se pessoas fossem.
Diante da perspectiva estratégica de desenvolver o marketing a partir do ato de compra do consumidor, o setor espera transformar o que parecia ser uma ameaça em uma oportunidade de expandir o consumo de joias no país. E foi com essa visão que indústria e varejo se reuniram em 2014 na 59a edição da FENINJER – Feira Nacional da Indústria de Joias, Relógios e Afins, cujos destaques podem ser conhecidos na publicação Inteligência em Feira do SEBRAE, disponível neste link: http://bis.sebrae.com.br/bis/conteudoPublicacao.zhtml?id=5207