A perspectiva é que 2014 seja um marco para o mercado de reciclagem no país. À medida que se aproxima o prazo para a eliminação dos lixões no Brasil, conforme rege a Lei 12.305/2010 instituindo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), eleva-se a expectativa para que novos mercados ligados à indústria da reciclagem se desenvolvam.
Para aumentar o percentual de reciclagem no país, insumos não faltam: o Brasil tem aproximadamente 2.906 lixões em atividade e produz 189 mil toneladas de resíduos sólidos por dia, das quais apenas 1,4% é reciclada.
Apesar de apenas 27% das cidades brasileiras terem aterros sanitários e somente 14% dos municípios brasileiros fazerem coleta seletiva do lixo (Cidades Sustentáveis), a tendência é que essa realidade comece a ser transformada mais rapidamente, por força da PNRS. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, se os resíduos forem reaproveitados podem valer cerca de R$ 8 bilhões por ano.
Oportunidades de negócios nesse sentido existem para empresas de todos os portes e segmentos de mercado. A montadora General Motors, por exemplo, mandou para reciclagem, em 2012, 90% de todos os resíduos gerados processo de fabricação de seus carros, cuja iniciativa gerou receitas de R$ 2 bilhões. Das 125 unidades fabris distribuídas pelo mundo todo, 106 já adotam o processo e a meta é alcançar todas as instalações até 202.
Reciclagem é oportunidade para pequenos negócios
O invento “Cavalo de Lata”, para uso dos catadores de lixo, ganhou projeção nacional por pretender acabar com maus-tratos a animais, melhorar a qualidade de vida desses profissionais e minimizar a interferência da coleta de lixo no trânsito das cidades.
O modelo, que está na sua segunda versão, é totalmente elétrico: recarregável na luz, com 60 quilômetros de autonomia. Se o catador fizer 12 quilômetros por dia, andará de segunda a sexta sem recarregá-lo. O custo por quilômetro percorrido deve girar em torno de R$ 0,02 a R$ 0,05. A velocidade máxima é de 25 Km/h, baterias tracionárias, volante, banco duplo, faróis e iluminação. No momento, o projeto está em busca de financiamento colaborativo, através do http://catarse.me/pt/CavaloLata.
No universo infantil, também há soluções à vista. É o caso dos brinquedos de praças e parques, confeccionados em madeira plástica. Esses modelos vêm substituindo os convencionais e são produzidos a partir de garrafas de polipropileno. O material não enferruja, não precisa ser pintado e não solta farpas, garantindo maior durabilidade e mais segurança para as crianças.
De acordo com matéria publicada no Portal do Meio Ambiente, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro – Comlurb – utiliza desse material para produzir os fraldários, material equipamentos para ginástica, mesas, cadeiras e placas.
Outro exemplo da diversidade de produtos que o lixo pode gerar está no litoral de Nairóbi, no Quênia, onde os moradores decidiram criar brinquedos reaproveitando a enorme quantidade de chinelos vindos do mar. A iniciativa se chama Ocean Sole, empregam cerca de 100 pessoas e já conseguiu reaproveitar mais de 400 toneladas de lixo do oceano. Uma perspectiva de oportunidade também para pequenos empresários já que os chinelos representam 50% do mercado de calçados no Brasil.
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