Experiência é mais que o sonho de todo turista. Ela é o princípio ativo, ou seja, o elemento responsável pelo surgimento do desejo de acontecimentos memoráveis em uma atividade turística. Além de despertar o anseio turístico, ela também atua chancelando o encerramento do episódio turístico, como um agente de validação das escolhas de todo viajante, sempre.
Até aqui pode até parecer que não há algo de muito novo. Porém, a internacionalização dos mercados, a partir do avanço da tecnologia – especialmente da informação e da comunicação –, faz surgir um consumidor globalmente engajado.
Um consumidor que quer vivenciar a real diversidade cultural que está assistindo no seu dia a dia não só por intermédio da imprensa, dos livros, do rádio, da televisão, do cinema, mas também e principalmente por meio da internet e do amplo conjunto de dispositivos digitais disponíveis para ele.
É justamente esse seu engajamento que ampliou potencialmente o intercâmbio de gostos, valores e a concepção de mundo da sociedade global. Assim, cresce a plasticidade das identidades culturais e cada vez mais pessoas são estimuladas a circular em busca de experiências novas. Especialmente quando validadas e recomendadas por outras.
Nesse cenário, nenhum segmento do setor de turismo pode alijar-se do conceito de que toda forma de turismo é cultura, nem de que a experiência é tudo aquilo que nos acontece e nos transforma.
É fato: o turista está declaradamente demandando emoções exclusivas. Seus afetos estão, sim, ligados à oferta intangível.
Prova disso é que o consumidor é hoje mais que ator de sua própria experiência. O viajante é o autor da realização de seus sonhos no destino. Viagens empacotadas vêm perdendo a popularidade para as viagens “self-made”, pois a experiência da viagem começa com um planejamento pessoal – ou coletivo, quando entre familiares ou amigos -, no qual muitas vezes estão incluídas atividades únicas e inusitadas e que podem ser até muito peculiares.
O turista engajado é o disseminador das próprias experiências, relatando impressões, emocionais e fotográficas, comunicando-se na rede mundial por meio de blogs e plataformas de relacionamento social. Transformou assim, a propaganda boca a boca em clique a clique, multiplicando e estendendo o poder de alcance de mercado para muitos negócios.
Isso impõe ao trade do turismo o enfrentamento de novos desafios; torna o mercado turístico ainda mais complexo; abre perspectivas de novas oportunidades de negócios; transforma estratégias de mercado; muda a concepção dos produtos, a criação da imagem da marca e a elaboração dos projetos de comercialização.
Assim, os negócios que permeiam a atividade de turismo precisam ir muito além da convencional tríade turística de alojamento, alimentação e transporte. Sejam pequenos, médios ou grandes negócios. Precisam se engajar na perspectiva cultural e experiencial que o turismo de hoje enseja.
Na questão estrutural de hotéis, pousadas e afins, por exemplo, valorizar o básico como localização, qualidade da cama e do chuveiro, tamanho do quarto, limpeza e organização impecáveis, cordialidade da equipe, recebimento e tratamento das reclamações, qualidade de conexão com a internet e preço são fatores mínimos de uma experiência satisfatoriamente validada em relação aos serviços prestados.
Com o viajante em busca de experiências exclusivas, inusitadas e até peculiares, este ir além dos meios de hospedagemé, por exemplo, propor um leque de possibilidades que extravase a abrangência territorial do empreendimento. É preciso ser um operador de experiências, quer seja direta ou indiretamente.
Ser um operador de experiências não é uma exclusividade de modelos de negócios que se apropriam das oportunidades do mercado. Operadores de experiências podem ser tanto esses negócios, que se vinculam a empreendimentos do trade do turismo de uma região, como podem ser um pool de negócios independentes que, integrados, se comunicam com o seu turista para veicular o leque de possibilidades de atividades potencialmente turísticas de uma determinada localidade.
O importante é reunir estrategicamente produtos e marcas em um projeto de comercialização que dialogue desde a etapa de planejamento da viagem com este consumidor contemporâneo.
O turista não é um desbravador intempestivo. A busca por vivências memoráveis ativa seu plano turístico, pesando de forma determinante na decisão pelo destino. Assim, a união de empresários de um destino é a evidência de reconhecimento do valor das vocações locais, é a associação de estratégias e atrações complementares ou mesmo díspares em prol de uma efetiva comunicação com o mercado consumidor.
Leia mais sobre o tema em:
Conheça o Projeto Tour da Experiência que tem por objetivo valorizar e promover aqueles empreendimentos que apresentam produtos diferenciados traduzidos em sentimentos: emoção, inspiração, prazer e satisfação. Saiba mais em: