levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito
e Serviços (Abecs), o mercado de cartões de crédito, débito e de redes
ou lojas registrou R$ 178,5 bilhões de faturamento no primeiro trimestre
de 2012, alta de 23% em comparação com o mesmo período de 2011.
As explicações do crescimento vão desde a elevação do consumo no período
até a expansão do número de estabelecimentos que aceitam meios
eletrônicos de pagamento. Um dos impulsionadores do mercado foi a
unificação dos terminais, ocorrida em 2010. Desde então, com apenas um
aparelho é possível ao comerciante aceitar Visa e Mastercard, as duas
bandeiras mais usadas, e diversas outras marcas.
O aumento do uso de cartões tem sido acompanhado da queda na aceitação
do cheque. Uma pesquisa da Abecs, feita em parceria com o Datafolha,
mostra que 51% dos estabelecimentos analisados o aceitavam em 2010. No
ano seguinte, essa taxa caiu para 41%.
Do ponto de vista do empresário, a aceitação do cartão traz benefícios,
mas também é preciso certos cuidados para evitar imprevistos, alerta a
professora Dariane Castanheiras, do Programa de Capacitação da Empresa
em Desenvolvimento, da Fundação Instituto Administração (Proced-FIA).
Prós
O principal motivo para aceitação de cartões é o fato de eles serem
amplamente usados pela população, alega Dariane. A pesquisa da Abecs
mostrou que 72,4% dos entrevistados possuem cartões. Até o final do ano,
a estimativa é de que esse número aumente em 4 pontos percentuais. Por
isso, é possível que o comerciante registre aumento do número de
clientes quando passa a aceitar cartões.
“O empreendedor tem de se adaptar aos hábitos dos clientes. As pessoas
já não querem mais sacar dinheiro para fazer compras”, diz Dariane.
A segurança, tanto do consumidor quando do próprio estabelecimento,
também entra na lista. Outro ponto é a inadimplência zero que a adoção
dos cartões significa para as empresas, ao contrário dos cheques, carnês
e boletos.
Contras
Para operar com cartões, a empresa precisa pagar uma taxa administrativa
para a operadora, que consiste em um percentual sobre o faturamento.
Esse valor varia conforme o negócio. “Por isso, é necessário um
planejamento para se verificar se existe capital de giro suficiente para
bancar a taxa”, aponta Dariane.
Uma segunda conta deve ser feita a fim de se descobrir se a
rentabilidade será afetada, já que no caso dos cartões de crédito o
pagamento é efetivado até 30 dias depois da compra. “O empreendedor tem
que colocar no papel e verificar se a estimativa de aumento de ganhos
que ele vai ter com a adoção dos meios eletrônicos compensa as taxas”,
pondera a professora.
Dariane cita como exemplo o caso de estabelecimentos que diminuem os
preços como forma de não operar com o cartão e convencer a clientela a
comprar. Muitas vezes, essa operação pode acabar elevando as vendas. “É
uma opção para o micro ou pequeno empreendedor que ainda não tem
condições de aceitar cartões. De qualquer forma, um dia ele vai precisar
se adaptar, porque o uso de meio eletrônicos aumenta a cada ano”,
esclarece.