Do Sebrae/SP
“Um por todos e todos por um”. O lema dos Três Mosqueteiros pode ser aplicado às micro e pequenas empresas (MPEs) que realizam compra conjunta. Essa modalidade de negociação equilibra as relações comerciais entre grandes e pequenas empresas, ao dar poder de barganha a estas últimas para que consigam preços reduzidos e melhores prazos de pagamento.
Para dar certo, uma central de compras precisa seguir o conceito do associativismo, ou seja, todos os integrantes devem ter um objetivo comum ou o mesmo público-alvo. Também é fundamental ter organização. Um bom jeito de começar é buscar itens não tão necessários, como os de escritório, e que não fazem parte da principal atividade da empresa.
“Uma vez que o pessoal já esteja entrosado, começa-se a pegar itens mais importantes”, conta o consultor do Sebrae-SP, Gilberto Campião.
Muitas centrais têm um regimento interno definindo o que cada um faz e suas respectivas obrigações.
Há grupos que formam uma sociedade de propósito específico (SPE), mecanismo jurídico para compra e venda conjunta criado e regulado pelo Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Apenas MPEs optantes pelo Simples Nacional podem integrar uma SPE.
Em uma central de compras organizada, um gerente é contratado para administrar as atividades do grupo. Integrantes contribuem para um fundo de caixa para viabilizar ações promocionais e pagamento de contas e de porcentuais de vendas. Nessa modalidade, a maior dificuldade enfrentada é o pagamento em conjunto.
“Se alguém não pagar, o fornecedor vai querer que o grupo se responsabilize. É necessário ter maturidade para assumir esse compromisso com o fabricante”, diz Campião.
Alternativa para todos os segmentos
Pequenas empresas de qualquer setor que não participem de um grupo de compra têm à disposição o serviço da Área Central, sistema que atua nos mesmos moldes.
“Nosso foco é trabalhar com micro e pequena empresa. O interesse
é competir com concorrentes maiores nas regiões onde eles estão inseridos”, explica o gestor Jonatan Costa.
A ferramenta tem 1,2 mil empresas participantes, de 15 segmentos diferentes, que pagam uma mensalidade para adquirir acesso ao serviço. A estimativa é de economia de 30% em média.
O Sebrae-SP faz a mobilização de grupos por meio de programa específicos e os instrui sobre como agir coletivamente. “Com o grupo montado, entramos com a solução”, finaliza Costa.
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Texto: Jornal de Negócios – Ed. 253 – Abril/2015
Imagem: public domain
Ilustração: Sebrae/SP