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Selo verde europeu

Cresce número de consumidores que compram produtos com certificações ambientais e sociais

Por Patrícia Mayana*

Hoje, a preocupação ambiental reflete-se na escolha de produtos pelos consumidores dedicados à preservação do meio ambiente. Com o crescimento no Brasil de consumidores com hábito de comprar produtos ou serviços com certificações ambientais, é possível que surjam novos selos ou até mesmo um Selo Verde Brasileiro, à semelhança do europeu Ecolabel, que garante identifica os produtos amigos do ambiente.

Apesar de usar o termo “amigo”, os critérios utilizados pelo Ecolabel são rígidos e analisam o impacto do produto ou serviço no meio ambiente em todo o seu ciclo de vida – desde a extração de matérias primas na fase de pré-produção até a produção, distribuição e eliminação. Os produtos que se adéquam aos requisitos recebem o selo e são divulgados em catálogo online, que permite pesquisar por país, varejo onde está disponível, categoria de produto e produtor.

Este selo reflete o aumento da preocupação e exigência do consumidor por produtos e serviços que se preocupem com o meio ambiente. Surgiu de um programa da União Européia com foco no consumo e produção sustentáveis e em política industrial sustentável, existente desde 2008.

Certificações ambientais brasileiras

No Brasil, existem algumas certificações ambientais adotadas por alguns segmentos empresariais. No entanto, os certificados têm diferentes critérios para regulamentar seus produtos. Entre os mais conhecidos no Pais, destacam-se: o do Conselho de Manejo Florestal (FSC), adotado internacionalmente para produtos extraídos das florestas tropicais de forma ambientalmente correta; e o Selo Verde, criado em 2009 para ambientes digitais (espaços digitais, produtos e serviços) que sejam socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente correto. Além de questões ambientais, as certificações consideram ainda aspectos sociais.

Poucos setores adotam, no entanto, um sistema padronizado capaz de ser reconhecido pelo consumidor. Por outro lado, apenas 33% dos consumidores brasileiros são considerados engajados ou conscientes, segundo pesquisa do Instituto Akatu. Para estes consumidores, um bom instrumento de consulta é o Catálogo Sustentável, organizado pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas. No site do Catálogo Sustentável, podem ser encontradas práticas em sustentabilidade nas compras e contratações de governos e grandes empresas.

Os critérios deste certificado são baseados na legislação aplicável ao produto e ciência ambiental. Diferenciam-se os requisitos de certificação para produtos e serviços. Os critérios adotados são:

– Produtos: produção orgânica; eficiência energética; origem renovável; toxicidade; biodegradabilidade; menor grau de periculosidade; gestão de resíduos; impactos globais; racionalização; e rastreabilidade;

– Serviços: gestão de resíduos; impactos globais; origem renovável (utilização de materiais); produção orgânica (utilização de produtos com certificação); racionalização; rastreabilidade; e toxicidade e periculosidade.

Os empresários com produtos ou serviços que atendam aos critérios de sustentabilidade podem se cadastrar no site e, em seguida, passarão por um processo análise e validação.

* Patrícia Mayana integra o Núcleo de Inteligência de Mercado, da Unidade de Acesso a Mercados (UAM) do Sebrae Nacional.

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