Um grupo de pesquisadores da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, identificou que, na região Brás e Bom Retiro, peças de confecção podem gerar até 35% de resíduos da matéria prima têxtil cortada. É dessa forma que a moda se torna uma das industrias mais poluentes do mundo e foi pensando em trazer soluções para esse problema que pesquisadores da EACH criaram o Núcleo de Apoio à Pesquisa de Sustentabilidade no Setor Têxtil e na Moda (Sustexmoda), um grupo que desenvolve projetos com os resíduos da indústria têxtil e geram renda para comunidades em estado de vulnerabilidade na área metropolitana de São Paulo.
Coordenados pela professora Francisca Dantas Mendes, as atividades do grupo se iniciaram em 2014, e de acordo com os pesquisadores, o impacto ambiental negativo da poluição gerada pela indústria têxtil atravessa todos os estágios da cadeia produtiva e de descarte do setor.
Há toneladas de tecidos que são descartadas antes mesmo do produto chegar às lojas, por exemplo, durante o processo de modelagem das roupas, dos defeitos dos tecidos , etc. Numa etapa posterior há um outro resíduo que é o pós-consumo, que são as peças prontas que não foram vendidas, e como a moda é sazonal, aquele produto fica obsoleto e se transforma também em resíduo.
O núcleo formado por pesquisadores interessados em apoiar as pesquisas sobre os impactos positivos ou negativos causados à sociedade e ao meio ambiente pela cadeia têxtil tem contribuído positivamente para avançar a indústria da Moda para práticas mais sustentáveis com bases científicas e experimentos compartilhados com os agentes da cadeia.