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Medicina brasileira representa um grande potencial para o turismo

Por Luciana Pecegueiro Furtado*

Profissionais qualificados e hospitais certificados atraem pacientes estrangeiros para o Brasil

Na contramão de tantas denúncias que revelam a falta de médicos, leitos e equipamentos nos hospitais públicos pelo Brasil, há um grande potencial para o turismo médico-hospitalar no País. Este é um segmento do turismo que pode contribuir para a imagem do Brasil.

O País possui hospitais certificados nacional e internacionalmente, com profissionais altamente qualificados e tecnologia moderna. A diversidade brasileira ainda oferece outras atrações para a recuperação dos pacientes. Além disso, a humanização do povo brasileiro é um diferencial para o Brasil obter sucesso no turismo de saúde.

O turismo médico-hospitalar é um segmento de turismo rentável e, para ter competitividade no cenário internacional, o Brasil deve investir para se despontar de outros destinos reconhecidos internacionalmente, como a Tailândia, Índia, Cingapura, Costa Rica, África do Sul e México. No YouTube, é possível encontrar vídeos de cidades promovendo seu turismo médico-hospitalar, além do turismo relacionado à saúde e beleza. A qualidade e segurança dos serviços são os principais atributos utilizados nessa promoção.

Em 2010, 18% dos estrangeiros hospedados em hotéis de São Paulo vieram ao Brasil em busca de atendimento médico. Segundo a Deloitte Center for Health Solutions, entre 2007 e 2009 foram mais de 180 mil estrangeiros buscando os tratamentos brasileiros. São Paulo tem sido o principal destino, seguido do Rio de Janeiro, Salvador e Recife.

Com o aumento desse tipo de turismo no Brasil, o Ministério do Turismo lançou um manual com dicas e conceitos de turismo de saúde. Assista à entrevista de representante do Ministério sobre o tema.

De olho nesse nicho de mercado os hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz, Samaritano e Hospital do Coração foram certificadas internacionalmente e se uniram para ganhar competitividade em um mercado de USD 60 bilhões anuais. O tema foi destaque no evento Medical Travel Meeting e na maior feira especializada no segmento de saúde da América Latina, a Hospitalar.

Esses hospitais criaram departamentos de relações internacionais, que cuidam também do hotel, transporte e até passeios turísticos para acompanhantes. Por enquanto, esse segmento representa aproximadamente 5% dos atendimentos desses hospitais.

O futuro promete crescimento para esse nicho de mercado devido a fatores como:

– Nos países desenvolvidos há altos custos de tratamentos, o que conduz à busca por outras regiões que realizem o serviço com mesma qualidade e menor custo;

– Nos países em que prevalece o sistema de saúde público, a exemplo do Canadá e Reino Unido, os tratamentos eletivos ou de menor urgência não são prioridade e, por consequência, o tempo de espera é maior;

– Nos países em que prevalece o sistema de saúde privado, como ocorre os EUA, parcela significativa da população possui seguro ou plano de saúde que tem no tratamento no exterior uma alternativa para a redução de custos com sinistros e cirurgias.

No livro “Patients Without Borders” (pacientes sem fronteiras), de Josef Woodman, apresenta-se números impressionantes que justificam essa busca sem fronteiras por tratamentos médicos. O custo de grandes cirurgias fora dos EUA pode ser reduzido em 60% a 80%. Em um exemplo, Woodman aponta que uma cirurgia de ponte de safena na Índia custa 7% do preço médio norte-americano. Ademais, esses países oferecem uma atenção maior com o paciente no tratamento pós-operatório.

Hospitais com referência internacional

Alguns quesitos são necessários nos hospitais que querem ser uma referência na recepção de pacientes estrangeiros:

– Investimento em pessoas com fluências nas línguas de origem dos pacientes;

– Investimento em instalações, equipamentos, materiais cirúrgicos e medicamentos em concordância com a prática de excelência internacional;

– Investimento em contínua qualificação do corpo clínico em nível internacional;

– Homologação do hospital com certificação internacional pertinente;

– Corresponder às expectativas de facilidades e meios de pagamento dos pacientes.

Além disso, todo encadeamento da estadia do paciente deve corresponder às expectativas, desde o hotel até o atendimento de familiares que porventura acompanhem o paciente.

Esse encadeamento do turismo de saúde é uma oportunidade para as pequenas empresas, que podem oferecer todo o pacote de serviços relativos ao turismo médico-hospitalar (em busca de tratamentos médicos, exames e serviços estéticos e terapêuticos), bem como ao turismo de bem-estar (que inclui spas, estâncias hidrotermais, balneários e resorts).

Foi de olho nesse nicho de mercado que foi aberta em 2007 a empresa Prime Medical Concierge, especializada em recepcionar pacientes estrangeiros que buscam no Brasil tratamento médico. A empresa se vê como “consolidadora de vários serviços”.

Nos Estados Unidos, empresários criaram agências de viagens para organizar a ida de estadunidenses a hospitais estrangeiros por meio de pacotes que podem combinar tratamento clínico e férias, como um final de semana em uma praia tailandesa.

As empresas norte-americanas estão inclusive se especializando em país ou região, como é o caso da IndUSHealth, que articula viagens para tratamentos em hospitais indianos e indica, inclusive, como financiar o tratamento por meio da empresa Med Loan Finance, especializada nesse nicho. A PlanetHospital se dedica a tratamentos no México, América Central e Cingapura e oferece como serviço:

– Localização dos hospitais mais indicados para o tratamento e em preços compatíveis com os esperados;

– Preparação de todos os requisitos de admissão;

– Organização da viagem (com destaque para os preços para as taxas executivas);

– Disponibilização de transfer;

– Organização das acomodações;

– Contratação de assistente ou enfermeiro na língua do paciente, bem como motorista.

As empresas estão se estabelecendo no turismo de saúde com a proposta de organizar todos serviços necessários para o tratamento em outro país, reduzindo ou eliminando as dificuldades que vivencia um paciente fora do país de origem, como lidar com pessoas que não falam a sua língua nativa. Esses negócios se diferenciam criando um pacote completo que reúnem conforto e, algumas vezes, luxo.

Por lidar com a saúde humana o profissionalismo e ética são necessários. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) já divulgou que o médico não pode se envolver em atividades que configure conflitos de interesse, como receber comissões ou ser sócio de empresas de turismo.

Do ponto de vista jurídico, essa tendência ainda carece de uma maior reflexão tributária e ainda é necessário resolver questões como contratação internacional e formalização de parcerias. Também falta avaliar os riscos de responsabilização.

Oportunidade de negócio

As pequenas empresas possuem uma oportunidade com o crescimento do turismo de saúde, organizando um pacote completo de serviços para o paciente em tratamento e seus acompanhantes. As oportunidades estão centralizadas em grandes centros urbanos brasileiros com hospitais internacionalmente reconhecidos – como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Brasília – e cidades com spas, estâncias hidrotermais, balneários e resorts.

Os empreendedores individuais (EI) também possuem oportunidade de prestar serviços aos estrangeiros, seja de forma autônoma, seja por meio de contratação pelas empresas com esse fim. O diferencial será falar outras línguas e buscar cursos e profissionalização dos serviços. Entre as atividades previstas para os Eis, profissionais como ‘cuidador de idosos e enfermo’ e ‘proprietário de hospedaria’ podem se especializar e prestar serviços para pacientes estrangeiros.

Quer mais informações sobre turismo? Acesse o site de Turismo do Portal Sebrae.

*É analista técnica da Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros (UAMSF) do Sebrae Nacional.

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