Segundo a análise, o Brasil tem a maior disparidade entre o que Cavallo chamou de “inflação covid” e o índice nacional oficial, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). A diferença no acumulado dos 2 índices acumulados em 12 meses foi de 0,88%.
Segundo o estudo, o Brasil é seguido de Uruguai e Estados Unidos, ambos com 0,82%. Depois, Coreia do Sul (0,49%), Chile (0,37%), França (0,33%), Colômbia (0,25%), Canadá (0,22%) e Turquia (0,17%).
O IPCA acumulado mostra a variação de preço dos produtos ao longo de um período, que pode ser de um mês, de um ano ou de uma década, dependendo do interesse do observador.
Assim, ele mede e acompanha o custo de vida dos brasileiros.
Além de revelar a evolução do seu poder de compra, o IPCA acumulado também serve como referência importante para a política monetária do Banco Central, responsável por definir a meta da taxa Selic.
E para o investidor, o índice revela se uma aplicação teve rentabilidade superior à inflação ou não.
Neste artigo, você vai entender como o IPCA acumulado é calculado, qual é a taxa atual, por que é importante acompanhar esse indicador mensalmente e como levá-lo em consideração nas suas decisões de investimentos.
“Na maioria desses países a maior taxa de ‘inflação covid’ é impulsionada por 1 aumento nos gastos em ‘Alimentos e Bebidas’, que passa por mais inflação, e queda em ‘Transporte’, que está tendo uma deflação significativa”, disse o economista.
“O Brasil está no topo porque a divergência nessas duas taxas de inflação setorial tem sido mais persistente desde que a pandemia teve início.”
O que é o Índice IPCA?
O IPCA é o Índice de Preços para o Consumidor Amplo. Esse importante índice é medido mensalmente pelo IBGE para identificar a variação dos preços no comércio.
Ele é considerado, pelo Banco Central, o índice brasileiro oficial da inflação ou deflação.
Como o Índice IPCA Funciona mesmo?
Atualmente, temos uma inflação relativamente baixa, o que torna o impacto do IPCA sobre as nossas vidas menos visível.
Mas ele está ali, ajustando os preços em todas as nossas compras (para cima e para baixo) e afetando até mesmo a rentabilidade dos investimentos.
Nesse sentido, vale lembrar o período entre as décadas de 80 e 90, onde o índice deu origem ao que se chamava de hiperinflação.
Na época, era comum que um produto começasse o dia sendo vendido por um valor e terminasse custando bem mais caro.
E um dos instrumentos utilizados para medir a variação de preços, tanto no passado quanto nos dias de hoje, é o IPCA.
Assim, ele funciona como um termômetro para a economia brasileira, reunindo informações que ajudam o consumidor a entender o que vai encontrar na hora da compra.
E também, como mencionamos antes, serve como instrumento de correção de determinadas aplicações financeiras, que têm nele o seu índice de referência.
Esse é o caso de alguns títulos do Tesouro Direto, sobre os quais vamos falar com mais detalhes ainda neste artigo.
Selic?
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 2% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2020 em 2% ao ano. O Copom ainda tem três reuniões até o final do ano. A próxima será amanhã e quarta-feira (16). Para o mercado financeiro, não deve haver alterações na Selic até o final deste ano.
Em 2021, a expectativa é que a Selic suba, encerrando o período em 2,5% ao ano. Na semana passada, a previsão estava em 2,88% ao ano para o final de 2021.
A trajetória de aumentos na taxa segue nos anos seguintes. Para o fim de 2022, a previsão é 4,5% ao ano e para o final de 2023, 5,5% ao ano (a previsão da semana passada era 5,75%).
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Entretanto, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
O PIB
A previsão do mercado financeiro para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) este ano foi ajustada de 5,31% para 5,11%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.
Para 2021, a expectativa é de crescimento de 3,50%, a mesma previsão há 16 semanas consecutivas. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB, em cada ano.