O mundo todo discute a questão da inclusão financeira como instrumento de política pública de inclusão social. No caso brasileiro, são inegáveis os avanços de inclusão e mobilidade social ocorridos nos últimos anos, ao que se somou a redução dos desequilíbrios sociais, econômicos e regionais. Eles ainda existem, podem ser sanados, mas tem-se avançado de forma sustentável na busca de uma maior equidade.
Os resultados do fortalecimento do mercado interno e a ascensão da nova classe média brasileira são concretos e geram oportunidades para negócios e inclusão financeira. Inclusão esta que vem sendo monitorada pelo Banco Central, instituição em que o aumento da “bancarização” e o maior acesso são percebidos.
Mas, um desafio se apresenta: melhorar a qualidade do acesso ao credito. A maior parte do crédito hoje tomado tem foco no consumo, o que exige iniciativas de equilíbrio com o uso do crédito produtivo, pois ele impacta mais na geração de renda e postos de trabalho.
As medidas do programa de microcrédito produtivo, Programa Crescer do governo federal, que inclusive se vem desdobrando em diversas iniciativas no âmbito dos Estados, avançam concretamente nessa reversão. Além disso, a maior oferta de linhas de crédito, dos bancos públicos e privados, para pessoa física e pequenas empresas, agora numa competição com taxas de juros menores, também contribui efetivamente para a inclusão financeira.
Nesse sentido, a competição bancária é sadia, com a inserção mais ativa das cooperativas de crédito. Além de dar mais capilaridade ao processo e a sua interiorização, permite a incorporação da poupança local como agente de ativação da economia.
A robustez do sistema financeiro brasileiro, com base em controle e marco legal adequados, facilita e dá sustentabilidade a essa inclusão, que segue processo de expansão sadio e com impacto no desenvolvimento do País. Complementarmente e não menos importante, esse movimento deve ser seguido de ações de educação financeira, da sociedade e do setor produtivo, em especial dos pequenos negócios, além da visão ampliada de acesso de serviços financeiros, e não apenas a crédito.
O uso de meios eletrônicos de pagamento e de outros produtos financeiros, como microsseguros, deve ser cada vez mais praticado. Daí a importância do movimento recém-lançado pelo Banco Central, de parceria nacional pela inclusão financeira.