Famosos e muito procurados no Brasil inteiro, os restaurantes por quilo são quase uma tradição nacional, principalmente nas regiões onde há muitas empresas e escritórios comerciais. Porém, devido à pandemia de COVID-19 que o Brasil enfrenta já há mais de um ano, muitos restaurantes por quilo passam por diversos problemas financeiros para manterem suas atividades. Muitos, inclusive, estão fechando as portas por não conseguirem dar conta das dívidas, além das medidas de restrição para conter o vírus, o que faz com que diminua o fluxo de pessoas no estabelecimento. Antes da pandemia, no entanto, o movimento nos chamados self service era altíssimo, não sendo rara a formação de filas nos horários de almoço.
Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), mais de 200 mil restaurantes por quilo dominavam o território nacional, e atualmente a associação estima que este número tenha diminuído para 120 mil. Isso significa, na prática, que cerca de 40% dos estabelecimentos fecharam no ano de 2020. Em São Paulo, estado onde há uma maior concentração de estabelecimentos do tipo, 50 mil restaurantes tiveram de fechar as portas. A Abrasel ainda considerou que mais de 300 mil bares e restaurantes brasileiros de todos os ramos fecharam no país. As dívidas vão muito além de contas básicas, como luz, água e gás, pois muitos restaurantes também custeiam a manutenção e troca de equipamentos, como fogão 5 bocas, chapas, geladeiras, freezers, etc.
De acordo com a ANR (Associação Nacional de Restaurantes), em parceria com a Galunion (consultoria especializada em mercado food service) e com o IFB (Instituto Foodservice Brasil), o nível de endividamento de empresas do ramo durante a pandemia é de 71%, considerando que a pesquisa foi feita durante os meses de abril e maio de 2020. A pesquisa contou com mais de 600 empresas de diversos perfis e tipos de serviços dentro do ramo.
Por outro lado, existem empreendimentos do ramo de food service que encontraram uma saída para o ano de 2020. O mercado de comidas congeladas e as entregas ganharam destaque na pandemia, pois são uma maneira de o consumidor comprar seus produtos sem precisar sair de casa. Pedro Guimarães, dono de um restaurante em Belo Horizonte, decidiu investir nos congelados e nas entregas. Especializado em massas, o restaurante conseguiu dar a volta por cima. Confira a fala de Pedro sobre essa solução: “Nós já estávamos acostumados a produzir uma massa diferente a cada dia da semana. Tudo era porcionado e refrigerado. Só não fazíamos em muita quantidade, pois era o suficiente para atender o restaurante”.
Apostando nesse novo nicho que se abriu, o restaurante hoje conseguiu recuperar os lucros. Investir em aplicativos de delivery, congelados ou mesmo o modelo take away (para retirada) pode ser uma saída para que os bares e restaurantes consigam segurar as pontas enquanto se recuperam economicamente. Embalagens sustentáveis e cupons promocionais podem ainda servir como incentivo para angariar novos clientes.