O Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) é uma associação sem fins lucrativos, dedicada à promoção da reciclagem dentro do conceito de gerenciamento integrado do lixo. Fundado em 1992, o Cempre é mantido por empresas privadas de diversos setores e trabalha para conscientizar a sociedade sobre a importância da redução, reutilização e reciclagem de lixo através de publicações, pesquisas técnicas, seminários e bancos de dados.
No link http://www.cempre.org.br/ft_pneus.php ela revela que uma das formas mais usuais de aplicação dos pneus inservíveis é como combustível alternativo para a indústria de cimento (co-processamento), que hoje responde por 64% do total. Os demais 36% reutilizados, após sua trituração, como tapetes de automóveis, mangueiras, solas de sapato, asfalto emborrachado, quadras poli-esportivas, pisos industriais etc.
O pó gerado na reforma de pneus e os restos de pneus moídos podem ser aplicados na composição de asfalto de maior elasticidade e durabilidade, além de atuarem como elemento aerador de solos compactados, pilhas de composto orgânico e outros artefatos de borracha como, solados, tubos, tapetes, pisos ou combustível – já que o poder calorífico do pneu é maior que do óleo combustível e do carvão.
O Brasil produziu 66 milhões de pneus em 2011. Um terço disso é exportado para mais de 85 países e o restante roda nos veículos nacionais. O mercado de reposição representa 45% do total.
Apesar do alto índice de reforma no País, que prolonga a vida útil dos pneus (no caso daqueles destinados a caminhões e ônibus o pneumático é reformado mais de duas vezes), parte deles, já desgastada pelo uso, acaba parando nos lixões, na beira de rios e estradas, e até no quintal das casas, onde acumulam água que atrai insetos transmissores de doenças.
Os pneus e câmaras de ar consomem cerca de 70% da produção nacional de borracha e sua reciclagem é capaz de devolver ao processo produtivo de terceiros setores (por razões de ordem tecnológica, não retorna para a indústria de pneumáticos) um insumo regenerado por menos da metade do custo que o da borracha natural ou sintética. Além disso, economiza energia e poupa petróleo usado como matéria-prima virgem.
Os pneus inteiros são reutilizados como proteção em garagens evitando o choque dos veículos, em pistas de corrida como na Fómula 1, drenagem de gases em aterros sanitários, contenção de encostas e produtos artesanais.
No Brasil, os pneus usados são reaproveitados como estrutura de recifes artificiais no mar, visando o aumento da produção pesqueira, mas nenhuma dessas alternativas de destinação são reconhecidas pelo Ibama como ambientalmente adequadas.
É possível recuperar energia com a queima de pneus velhos em fornos controlados, inteiros ou picotados – cada pneu contém a energia de 9,4 litros de petróleo. No Brasil, a utilização como combustível promoveu no período de 1999 a 2004 a destruição de 150 mil toneladas de pneus, equivalente a 30 milhões de pneus de automóvel usados, proporcionando economia de 720 mil toneladas de óleo. A usina da Petrobras em São Mateus do Sul no Paraná incorpora no processo de extração de xisto betuminoso, pneus moídos que garantem menor viscosidade ao mineral e uma otimização do processo.
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