A economia verde é um conjunto de processos produtivos que, ao ser aplicado gera um desenvolvimento sustentável local nos aspectos ambiental e social. Cada vez mais valorizada por governos, sociedade e empresas, a questão está instituída globalmente de tal forma que a ONU elaborou o Índice de Riqueza Inclusiva. Um novo índice econômico tem o objetivo de avaliar o desempenho de cada país de acordo com a “economia verde”.
Enquanto estas diretrizes vão sendo articuladas e fortalecidas no cenário internacional e nacional, as empresas que aplicam os processos sustentáveis para além de política interna, multiplicando-as no desenvolvimento de novos produtos e serviços, vão ganhando competitividade de mercado.
No setor de eventos não é diferente. Desde a etapa de planejamento é possível, por exemplo, desenvolver projetos para massificar o uso de materiais ecologicamente corretos nas estruturas modulares de montagem de feiras de negócios. Especialistas do setor citam exemplos como chapas de embalagens recicladas, carpetes e tecidos de materiais de garrafas pet, mantas de fibra de coco, luminárias de bagaço de cana de açúcar, lâmpadas de led de baixo consumo, madeiras certificadas e de reflorestamento, vidro, tintas, minerais, couro sintético, comunicação, visual impressa em tecido pet reciclado, revestimento de fibra de bananeira.
Algumas empresas já se especializaram em criar e executar projetos e baixo impacto ambiental. Como é o caso do microempresário Frederico Rosalino, sócio da empresa Bioestrutura Engenharia, que elegeu o bambu como matéria-prima e investiu na ideia de estruturas pré-fabricadas. Ano passado, a empresa foi destaque na Conferência Rio+20, onde montou uma tenda de bambu com capacidade para 300 pessoas na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo.
Atualmente a sustentabilidade se soma aos pressupostos de eficácia das empresas de montagem de eventos. Não são fáceis os desafios, elas precisam adotar soluções que unam resistência e leveza nas matérias-primas, por causa da essencialidade das operações logísticas do negócio que é altamente itinerante.
Se o propósito é aproveitar o período de crescimento da demanda do setor, tendo em vista a Copa do Mundo e as Olimpíadas, e incluir a estruturação de eventos em outras cidades, a agilidade dos processos logísticos ampliará a competitividade do negócio.
Empresas sediadas em qualquer lugar do Brasil podem pensar sua expansão de mercado para outras cidades nas quais o setor também cresce em maior escala. Nesta geografia estão cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, respectivamente, classificadas em primeiro, segundo e terceiro lugar no ranking de eventos internacionais realizados no País, em 2012. Os dados são da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA, sigla em inglês) e incluem Salvador e Foz do Iguaçu, juntas em quarto lugar e Florianópolis e Porto Alegre, também juntas, na sexta colocação. Belo Horizonte ocupa o 5ª lugar.
Carlos Alberto Sauandag, presidente da Associação Brasileira das Montadoras e Locadoras de Stands, informa que o mercado de feiras reflete o bom momento da economia aquecida. Não só o número de eventos vem crescendo, mas também o de expositores.
Quando se trata especificamente de oportunidades, a empresa de eventos responsável pelo desenvolvimento da plataforma Unomarketing – Comunicação Conscient: portal de comunicação e sustentabilidade – , afirma que é possível identificar uma enorme predisposição no mercado para realizar um projeto sustentável e consciente, mas efetivamente poucas empresas conseguem superar os obstáculos iniciais e realizar um evento totalmente dentro desse conceito. Está aí o desafio! Enfrentá-lo também favorecerá aquelas empresas que almejam o mercado de eventos provenientes da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
Essa ocasião também produz oportunidades altamente pontuais em determinadas atividades. Exemplo disso são salas de embarque e desembarque, salões de check-in, terminal de bagagens, entre outras áreas de atendimento aos passageiros. Para esse nicho de mercado, já existem empresas que desenvolvem módulos provisórios projetados e montados para substituir, em caráter emergencial e temporário, obras definitivas de alvenaria e, assim, atender um número maior de passageiros do que a infraestrutura original do aeroporto comportaria.
A solução já foi usada em aeroportos de fora do país por conta de eventos esportivos – como foi o caso da Eurocopa de 2004, em Portugal. O aeroporto da Portela, em Lisboa, recebeu um terminal temporário fornecido pela Siemens que, segundo a empresa, duplicou a capacidade de atendimento. Na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, a mesma empresa também instalou terminais temporários nos aeroportos das cidades de Port Elizabeth e Bloemfontein. Cada um tinha 1,8 mil m² e capacidade para receber 300 passageiros por hora.
Para acompanhar as oportunidades de negócios, disseminadas pelo Sebrae, específicas para a Copa do Mundo FIFA 2014, acesse http://www.sebrae2014.com.br/Sebrae2014/.