Na última semana, em um dos cerca de três mil eventos paralelos à Rio + 20, a Fifa apresentou as estratégias de sustentabilidade da Copa do Mundo Fifa 2014. Estiveram presentes, neste painel, o Ministério dos Esportes e o Comitê Organizador Local (COL).
A Copa de 2006, na Alemanha, foi o primeiro evento da Fifa em que as questões sociais e ambientais fizeram parte do evento oficialmente. Desde então, ampliou-se o número de iniciativas relacionadas a esses temas em seus torneios.
Para a próxima Copa, que será realizada no Brasil, as tratativas se iniciaram em final de 2010. O governo brasileiro inclusive constituiu um comitê de meio ambiente e sustentabilidade.
Estas iniciativas para a Copa 2014 já fizeram com que a Fifa ajustasse as condições de candidaturas para as edições de 2018 e 2022. Os países candidatos tiveram que fornecer informações sobre os desafios sociais e ambientais inerentes à preparação e realização da competição, sendo que um trabalho de cooperação com o Qatar e a Rússia foi iniciado em função do que já vem ocorrendo no Brasil.
Princípios para sustentabilidade na Copa 2014
Considerando a excepcionalidade da Copa no Brasil, que será realizada em seus seis biomas, foram definidos oito princípios:
– Responsabilização pelos impactos que venham a ser causados à sociedade e ao meio ambiente;
Nesta sentido, a construção e reforma das 12 arenas estão sendo realizadas dentro dos preceitos de construção sustentável, o que significa reaproveitar o entulho da construção, investir em eficiência energética, usar fontes alternativas de energia, reutilizar água e fazer a gestão de canteiros de obras;
Além disso, é preciso destacar: a maioria das arenas estão buscando a Certificação LEED, que reconhece as edificações ecologicamente; e o papel indutor do BNDES, que vinculou a oferta de crédito para as obras à observância de padrões de sustentabilidade. Foi gol de placa!
– Ética e aplicação plena de valores de honestidade, igualdade e integridade nas iniciativas nas quais os órgãos de controle nacional e a sociedade estão ativos;
– Transparência nas decisões e atividades desenvolvidas com vistas à realização da Copa;
– Respeito aos interesses das partes interessadas. As discussões feitas pelo Legislativo brasileiro sobre a Lei da Copa são prova desta ação de respeito às peculiaridades da nossa sociedade;
– Respeito ao Estado de Direito a fim de resguardar os direitos conquistados pela sociedade brasileira. Neste caso, a Lei da Copa também abordou esta necessidade de adequações à realidade brasileira;
– Colaboração das três esferas de Governo (federal, estadual e municipal) e envolvimento, quando necessário, do setor produtivo e da sociedade em geral;
Aqui, a proposta de voluntariado para a Copa, a partir dos êxitos ocorridos no Pan-Americano, em 2007, e agora na Rio + 20, demonstra a diferença e o engajamento do povo brasileiro nessas iniciativas.
– Abordagem de longo prazo, na qual o foco dos legados para a sociedade brasileira não se refere às obras de infraestrutura e das arenas esportivas, mas a questões atitudinais – no caso da sustentabilidade, trata-se de ações exemplares, como as propostas na área de reciclagem, educação aliada ao esporte etc.;
– A alavancagem de oportunidades, sendo que a Copa serve como mobilizadora de investimentos públicos e privados, gerando (já esta gerando!) circulação de renda, impacto em postos de trabalho, negócios e surgimento de novos empreendimentos mais competitivos.
Considerando inciativas voltadas para a Copa 2014 – como as do Sebrae, Senac, Senat, MDA, MAPA etc., que disseminam informações, capacitam profissionais e preparam e apoiam empresas –, pode-se afirmar que nas estratégias de sustentabilidade venceremos de goleada, pois já estamos fazendo o nosso papel. Com certeza, o Mundial no Brasil será lembrado como a Copa Sustentável. E neste quesito, certamente, venceremos de goleada!
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Edição: Fernanda Peregrino, da F&C Comunicação e Projetos