Para aqueles que querem atuar no ramo da moda, especificamente na confecção de roupas, sem lidar com gestão de estilo, um segmento muito promissor é o da indústria de facção. Nesse contexto, as empresas prestam serviços exclusivamente para confecções, que estão sob a gestão de grandes redes de lojas departamentalizadas e também, em grande escala, de pequenos e médios lojistas.
Os negócios de facção, normalmente, são organizados em áreas para a administração da empresa, para a produção, a estocagem, a recepção e a expedição de matéria-prima e mercadorias destinadas aos clientes.
Para indústrias eficientes desse segmento não faltam mercado. Os varejistas, grandes ou pequenos, estão de olho no movimento de consumo de roupas dos brasileiros e estão se planejando para atender à demanda. Estima-se que, somente no ano de 2013, os brasileiros gastarão R$ 129 bilhões no consumo de roupas, um total 18% superior ao de 2012. Dados da Pyxis Consumo, ferramenta de dimensionamento de mercado do Ibope Inteligência.
As despesas com vestuário no bolso dos brasileiros estão em terceiro lugar nas suas listas de consumo, perdendo apenas para o setor automotivo e de alimentação. O gasto com produtos do vestuário são realizados principalmente pelas classes C e B, que juntas são responsáveis por 80% do consumo total (R$ 52 bilhões e R$ 51 bilhões, respectivamente). A classe A aparece na sequência com 12% da demanda (R$ 15 bilhões). Por fim, as classes D e E representam 8% (R$ 10 bilhões) do consumo de roupas femininas, masculinas e infantis, além de roupa íntima feminina.
Não pense que esta oportunidade reside apenas nas grandes cidades do País. Desenvolver os fatores de competitividade nas regiões menos industrializadas é tema prioritário da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em seu Mapa Estratégico 2013 – 2022.
O capítulo “Desenvolvimento Regional”, o Mapa Estratégico da CNI, relata que o crescimento acelerado das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste a taxas superiores às das regiões Sul e Sudeste e a interiorização da economia são fenômenos marcantes na economia brasileira recente e que os custos crescentes dos grandes centros – custos de manutenção das estruturas físicas, do trabalho, de deslocamento, entre outros – são fatores que encorajam o deslocamento da indústria para as regiões menos exploradas.
Fique de olho nos principais gargalos
Um gargalo é um ponto de estrangulamento de um processo. Um elemento que limita o desempenho das empresas e podem, por exemplo, influenciar no cumprimento de prazos de entrega de produtos.
Para a CNI, os principais gargalos que se colocam para que o interior do país aproveite os grandes investimentos industriais são a disponibilidade de mão de obra local qualificada, a adequação da infraestrutura e o acesso a serviços de suporte à indústria.
Mão de obra qualificada vai representar um componente fundamental para assegurar a qualidade dos serviços prestados na relação com os contratantes. Isso por que são esses profissionais (costura, acabamento, passadoria e embalagem) que determinarão o sucesso negócio. Em uma empresa de facção, o mais comum é que as matérias-primas (tecidos e aviamentos) venham todas do cliente, já cordadas e identificadas. Ou seja, se o negócio não vai se ater ao estilo, também não vai à aquisição de matéria-prima e ao corte.
Para planejar um negócio nesse segmento com o apoio do Sebrae, procure a unidade de atendimento mais próxima localizando-a em Sebrae nos Estados, no link http://www.sebrae.com.br.
Em cada regional, o Sebrae possui soluções visando atender empresários e empreendedores de acordo com a necessidade de cada empresa.
Além disso, as regionais também desenvolvem projetos de atendimento setorial, por meio dos quais oferecem apoio para micro e pequenos negócios em diferentes áreas da gestão dos negócios.
No Rio Grande do Norte, por exemplo, as empresas desse segmento podem participar do Programa Pró-Sertão. O Programa nasceu de parcerias que buscam incentivar as pequenas facções para que disseminem o desenvolvimento por todo o Rio Grande do Norte.
A ideia é ampliar o número de empresas fornecedoras e atingir uma produção de 150 mil peças por dia até dezembro de 2018.
As ações do Pró-Sertão devem induzir o desenvolvimento tecnológico nas facções, levando em conta a tríade gestão, processo e produto, a partir das políticas corporativas das grandes empresas e, assim, possibilitar o acesso dessas empresas de pequeno porte a novos mercados. A proposta é dar suporte à abertura e legalização das novas unidades produtoras, com orientações para a formalização da atividade, elaboração do plano de negócio e demais orientações técnicas.
As empresas também receberão consultorias nas áreas de saúde e segurança’. Na parte de qualificação de mão de obra, estão previstos cursos para operadores de máquinas de costura industrial, em tecido plano e malha. A priori, a meta é qualificar cerca de 16 mil profissionais.
Para saber mais sobre esta oportunidade de negócio, acesse a publicação “Perfil da Facção de Costura – Tecido Plano”, desenvolvida pelo Programa Pró-Sertão, que tem o apoio do Sebrae, clicando no link: