Recentemente um colega voltou dos Estados Unidos e, entusiasmado, contou sobre muitos lugares visitados, destacando excelentes experiências vividas e uma série de lembranças compradas.
Não é de hoje que são tidas como referência as experiências norte-americanas de prestação serviço. Disney, Macy’s, Rota 66, lojas da Apple, dentre outros, são exemplos de negócios que buscam se perpetuar por mais do que alguns verões.
Os jogos de basquete e beisebol nos Estados Unidos são muito mais que o simples confronto entre equipes. Muitas pessoas vão às disputas por conta da emoção de participar de um evento com a organização impecável. Itens como lugares marcados, telões de alta definição espalhados pelas arenas e estádios e conceito de evento para família – com a segurança necessária para isso – proporcionam um passeio inesquecível, e no qual se consome muito mais do que o ingresso: são bebidas, comidas, estacionamento, souvenires e serviços agregados, que geram receita adicional; empregos; e o mais importante, satisfação do cliente em consumir.
Economia da Experiência
Conceito empregado por alguns autores, a Economia da Experiência está ganhando força por conta da exigência de qualidade dos clientes e, principalmente, pela necessidade que o ser humano tem de transformar os momentos de lazer em oportunidades de sair da rotina, em situações prazerosas e inesquecíveis.
Esse conceito vem sendo utilizada pelo Instituto Marca Brasil (IMB), que por meio do projeto Tour da Experiência http://www.tourdaexperiencia.com promove empreendimentos que tenham diferenciais traduzidos em sentimentos: emoção, inspiração, prazer e satisfação. Belém, Bonito e Serra Carioca são alguns dos destinos que oferecem experiências em hospedagem, passeio e alimentação. A iniciativa tem o apoio do Sebrae e do Ministério do Turismo.
Além do turismo, o mercado de entretenimento também está despertando para a necessidade de proporcionar ao cliente uma experiência inesquecível, por meio de seus produtos e serviços. Este movimento é consequência do fortalecimento da economia e da entrada de grandes players no País para atuar no segmento, além da vinda de grupos e companhias internacionais para se apresentarem aqui.
Um dos primeiros que chegou nestas terras foi o Cirque de Soleil, mostrando a transformação do circo em um espetáculo que envolve e aproveita para promover os produtos ligados à marca. No show U2 360º, era possível comprar um pacote no qual você ia até a loja de uma grife famosa, curtia um happy hour antes do show e seguia de limusine ou helicóptero para aproveitar o evento de camarote.
Mais exemplos
A experiência de cozinhar com um chef e depois jantar; mergulhar com golfinhos; alimentar jacarés; jantar harmonizado com vinho para conhecer automóvel; passear em engenhos de açúcar; sentir-se bem dentro de uma loja onde tudo foi pensado, desde o aroma a intensidade da luz, são sensações boas e que ficam registradas pelo consumidor. Certamente, estas experiências ajudam a divulgar e “defender” a marca/produto.
Ainda que haja um trabalho inicial, os diversos segmentos brasileiros ainda estão engatinhando na Economia da Experiência. Geralmente, falta infraestrutura básica. Por exemplo, oferecer estacionamento gratuito poderia ser um diferencial, entretanto, o que se encontra é estacionamento caro, flanelinhas inflacionando os preços em dias de eventos e alguns lugares são tão disputados que desafiam as leis da física, ao tentar concentrar mais de um corpo no mesmo espaço.
Por fim, cabe analisar o copo pela metade cheia, o que significa que as oportunidades nesse mercado são inúmeras.
Saiba mais
– Publicação: Marketing Experimental, de Bernd H. Schmitt
– Vídeos:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=lqT_dPApj9U
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=G3CYz5PBBIw
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=imioj9Ig__o
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Edição: Fernanda Peregrino, da F&C Comunicação e Projetos.