É praticamente impossível imaginar que as organizações vivam sem o uso do papel. Ao mesmo tempo, é inimaginável que as empresas se eximam de incluir a redução de custos entre seus objetivos estratégicos. Uma política clara para redução do desperdício de papel, que insira a implementação adequada de sistemas de automação, o armazenamento digital e a destinação correta do papel pós-uso, além de produzir efeitos que reduzem os custos, ainda compromete menos o meio ambiente e alavanca oportunidades em outros segmentos.
Embora não haja estudos específicos sobre quais medidas são adotadas para reduzir o uso de papel em ambientes corporativos do país, há indícios que sinalizam descaso para esse fator.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Documentos (ABDG), 99% das empresas nacionais não tem uma política de gestão documental. A mesma associação estima que são gerados entre 400 e 500 tipos de documentos dentro de uma empresa brasileira, seja ela pequena, média ou grande e que, naquelas em que os documentos são escaneados, 45% deles acabam sendo, desnecessariamente, impressos.
Quando se reportam apenas destinação correta do papel de escritório, os indicadores brasileiros fortalecem a percepção da baixa adesão corporativa à questão. Segundo o Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), 29,8% do papel que circulou no país retornaram à produção através da reciclagem. Na comparação com outros países em desenvolvimento, o Brasil só ficou na frente da Índia, que tem 26%. Enquanto a Argentina a taxa é de 46%; na China é de 40% e na Rússia 36,4%. (dados de 2012).
Planejar a destinação correta do papel pós-uso para a reciclagem, além de outros benefícios, alavanca oportunidades que dinamizam os negócios de reciclados. O Cempre afirma que um dos poucos estudos acerca dos aspectos econômicos da reciclagem, realizado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em 2010, constatou que o país perde, anualmente, R$ 8 bilhões ao enterrar o lixo que poderia ser reciclado.
Nas últimas décadas o país desenhou seu modelo de reciclagem baseado na coleta seletiva e no trabalho dos catadores. Para os próximos anos, devido à nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, a expectativa é de crescimento desse mercado, com investimentos públicos e empresariais justamente nessa base de relacionamento já constituída.
Compete a cada organização brasileira uma atitude participativa que pode se dar a partir do apoio às cooperativas de catadores. Para auxiliar os pequenos negócios nessa iniciativa, assim como em outras relativas ao tema, o Sebrae disponibiliza soluções específicas e também o acompanhamento de especialistas.
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Leia também em Sementes da sustentabilidade plantando oportunidades no papel um dos segmentos que se beneficiam da reciclagem de papel no país.
Consulte também no Centro SEBRAE de Sustentabilidade um conjunto de dicas sustentáveis que reduzem custos dentro das organizações.
Conteúdo Relacionado:
- Relatório Cempre Review 2013
Nota: papel de escritório é o nome genérico dado a uma variedade de produtos usados em escritórios, incluindo papéis de carta, blocos de anotações, revistas e folhetos.
Fontes: Bracelpa; Cempre.