Quanto mais empreendedores uma sociedade tiver, maior será o número de jovens que optarão por essa carreira
Na última sexta-feira, empregados do Sebrae Nacional se reuniram para discutir o tema “o que é empreendedorismo?”. Aproveitando a deixa, o blog Mercado ao seu Alcance foi perguntar a quem mais entende do assunto: os empreendedores.
Um posicionamento foi recorrente: ser empreendedor não significa ser empresário e vice-versa. “Acredito que o empresário para ter e manter o sucesso deve ter muito de empreendedor, mas nem todo empresário ou executivo é empreendedor”, afirma a empreendedora Etiene Rosa.
Outra empreendedora que ressalta essa diferenciação entre os dois conceitos é Leila Schmidt. Segundo ela, “o termo ‘empreendedor’ se mistura, erradamente, com ‘empresário’”. Para Leila, o empreendedorismo é muito mais uma atitude do que uma atividade. “A essência do empreendedorismo é uma necessidade, uma compulsão, enquanto ser empresário é uma condição”.
O empreendedor Alisson Lannes defende que ser empresário nada mais é que ser administrador. De acordo com ele, o empreendedorismo vai além dessa condição. “Empreendedorismo é a realização de uma idéia e isso independe de ser empresário”.
A empreendedora Daniela Falcão conta uma experiência interessante. Ela uma vez teve que ministrar uma palestra para alunos do 3º ano do ensino médio sobre o que é empreendedorismo. Segundo Daniela, ela propôs que os próprios alunos pensassem na resposta a esta pergunta e eles chegaram ao seguinte conceito: “Empreender é ter vontade de fazer acontecerem coisas na área profissional, sem ter medo de desafios e obstáculos”.
Teoria
Segundo o teórico, Louis Jacques Filion, as diferentes conceituações de empreendedorismo devem-se ao fato de que cada empreendedor elabora o conceito com base no seu campo de atuação. Assim, segundo Filion, “os economistas associam o empreendedor com a inovação, enquanto os comportamentalistas se concentram nos aspectos criativo e intuitivo”.
Outro teórico Joseph Schumpeter associou o empreendedorismo à inovação. Para ele, “a essência do empreendedorismo está na percepção e no aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios, sempre tem a ver com criar uma nova forma de uso dos recursos, em que eles sejam deslocados de seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações”.
De acordo com o economista Bert Hoselistz, o empreendedor seria dotado de uma capacidade maior de tolerância que o capacita a trabalhar em condições de ambigüidade e incerteza. Ou seja, capacidade de inovar.
Filion conclui que para aumentar o número de empreendedores é necessário que seja criado um modelo social que incentive a atividade. “Quanto mais empreendedores uma sociedade tiver e quanto maior for o valor dado, nessa sociedade, aos modelos empresariais existentes, maior será o número de jovens que optarão por imitar esses modelos, escolhendo o empreendedorismo como uma opção de carreira”.