O faturamento do varejo online foi de R$ 3,8 bilhões entre os dias 10 e 24 de dezembro, intervalo de tempo em que normalmente são feitas as compras específicas para o Natal, segundo a Ebit|Nielsen. No comparativo com o mesmo período de 2019 – com R$ 2,6 bilhões registrados –, a alta foi de 44,6%.
O cenário concretizado supera, inclusive, a projeção feita pela Nielsen, fixada em uma alta de 30% no faturamento de compras online. Assim, no ambiente digital, as vendas para o Natal superaram o registrado na Black Friday, que obteve um crescimento de 26,4% em 2020 – o melhor desempenho desde 2014.
O valor total apresentado até o dia 24 de dezembro foi alcançado por meio de dois fatores apresentados no comportamento de compra dos consumidores em 2020: a aquisição de mais itens – ao todo, foram 8,1 milhões de pedidos feitos, uma alta de 27,5% em relação ao mesmo período do ano anterior – e o aumento do ticket médio de compra em 13,4%, saindo de R$ 408 em 2019 para R$ 462 em 2020.
Para Keine Monteiro, executivo da área de inteligência da Ebit|Nielsen, a pandemia foi um fator decisivo para a entrada de certos consumidores no sistema de compras online. “Muitos consumidores entraram em 2020 [no ambiente de compras online] por conta da pandemia e do confinamento. Vemos que eles realmente se adaptaram e entraram para ficar”, afirma Monteiro.
Apesar do volume de compras alto, segundo levantamentos da própria empresa, apenas 14% dos clientes realizaram a primeira compra online em 2020 – menor percentual desde 2016. Em um comparativo da série histórica, iniciada há quatro anos, o ano com maior registro de novos consumidores no ambiente digital foi 2018, quando 17,3% dos compradores finalizaram os pedidos em uma loja virtual.
A projeção para 2021 é otimista. A expectativa da Nielsen é um faturamento de R$ 110 bilhões, com crescimento de 26% em relação a 2020, além de alta de 16% no número de pedidos e de 9% no valor médio das vendas.
“O ambiente mais confortável para o consumidor é acompanhado pela maior qualificação e preparo das lojas, sejam grandes marketplaces, sejam pequenas lojas que tiveram de entrar no ambiente online por conta da pandemia”, afirma Monteiro.
Cenário 2021
Diferentemente de 2020, quando os lojistas precisaram se adaptar rapidamente às mudanças, 2021 traz a manutenção e o fortalecimento do cenário digital já estabelecido no ano anterior. Entre os destaques da Nielsen para o crescimento do varejo online está a melhora da logística, que agora tem potencial para um maior volume de entregas.
Outros ajustes representativos para estabelecer o online foram os aumentos de presença digitais, com perfis de lojas nas mídias sociais, e a melhora dos atendimentos, com a abertura de diversos canais de contato com os consumidores, como as próprias redes sociais, API do WhatsApp, entre outros.
Mesmo assim, existem riscos para os e-commerces com certas mudanças em 2021, como o fim do auxílio-emergencial, a indefinição quanto à vacina e a reabertura gradual da economia e dos serviços presenciais.