Em tempos de preocupação global com o futuro do planeta e, é claro, com todos nós que habitamos e usamos os recursos disponíveis, a sustentabilidade ganha força nas diversas vertentes que a compõem: social, ambiental e econômica.
Compartilhando dessa preocupação, além de fazer minha parte buscando conservar esses recursos no dia a dia, resolvi olhar o que pode ser interessante no contexto do empreendedorismo. Nessa busca, um tópico me chamou atenção: o negócio social, um modelo para atuação no mundo empresarial e que está cada dia mais em evidência.
Confira um infográfico com o perfil dos negócios sociais no Brasil.
A expressão “negócio social” foi criada por Muhammad Yunus e descreve um empreendimento que gera lucros e, ao mesmo tempo, causa impacto positivo na sociedade que atua. Uma empresa só será considerada um negócio social se o objetivo social for maior do que o objetivo de negócio, e isso deve refletir claramente em suas decisões.
Esse negócio dá resultado
Do microcrédito ao serviço médico, do marketing à produção rural e da TI à educação, o negócio social se mostra viável nos diversos segmentos onde empreendedores visionário estão dispostos a investir seu tempo em busca de algo a mais que retorno financeiro: a transformação positiva do público-alvo para quem estão direcionando seus esforços.
Conheça alguns casos de negócios sociais bem-sucedidos no mundo e no Brasil.
Além dos resultados efetivos, pesquisa realizada pela Economist Intelligence Unit, em 2008, com 1254 executivos do mundo todo, detectou que os envolvidos com redução de impactos sociais e ambientais relataram aumento anual de 16% nos lucros e 45% no preço das ações, enquanto empresas que não focam em sustentabilidade tiveram aumento de apenas 7% no lucro e 12% no preço das ações. Além disso, 37% disseram que sustentabilidade atrai consumidores, 34% que a sustentabilidade melhora o valor para acionistas e 26% que isso atrai bons empregados.
O público-alvo
Para que o negócio obtenha o sucesso esperado, é preciso entender a demanda. Não adianta achar que sabe o que o consumidor quer, mas é preciso pesquisar e observar a realidade do público para oferecer a facilidade que ele realmente precisa. O público, por mais simples que possa parecer, por ter foco nas pessoas da base da pirâmide, mostra peculiarides que podem ser classificadas em quatro grupos:
• Crentes – conservadores, amam a família e a comunidade e escolhem marcas conhecidas;
• Lutadores – busca aprovação social e escolhem produtos que possam exibir e imitem aos dos ricos;
• Realizadores – gostam de se expressar por meio de atividades concretas e preferem produtos práticos e funcionais;
• Sobreviventes – dispõem de menos recursos, se concentram em suprir necessidades básicas e estão sempre atrás de pechinchas.
É preciso ser verdadeiro ao falar com o público-alvo, deixando claro que é uma relação comercial benéfica para toda comunidade, não uma ação beneficente, por caridade ou com segundas intenções.
Dicas para criar um negócio social
• Pesquise o público-alvo;
• Encontre um modelo de negócio;
• Faça um bom plano de negócio;
• Conduza um piloto;
• Busque recursos;
• Tenha paixão e perseverança.
Leia outras dicas!
Posicionamento e Mix de marketing e vendas
Alguns pontos são fundamentais para que o negócio social tenha sucesso:
• Posicionar o negócio no segmento-alvo, fazendo com que a comunidade perceba que a empresa está trabalhando para eles;
• Diferenciar-se dos negócios tradicionais, ONGs e do governo, mostrando que a empresa deseja contribuir a longo prazo para melhoria da comunidade;
• Oferecer produtos que não estejam disponíveis para população de baixa renda;
• Praticar preço acessíveis, levando em conta o custo total de compra, que inclui deslocamento, por exemplo;
• Embalagens customizadas, com menor quantidade para tem comercializadas por um preço mais baixo;
• Promover o negócio usando boca a boca, com auxilio de líderes comunitários informais, como religioso e professores;
• Distribuir produtos via agentes comunitários ajuda a baratear os custos e envolver a comunidade;
• As vendas devem ser feitas pela própria comunidade, pois entendem o comportamento de compra e o uso de seus pares, além de gerar renda no próprio local
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Edição: Fernanda Peregrino, da F&C Comunicação e Projeto.