Se o uso da tecnologia um dia já aumentou a visibilidade de marcas, atualmente, se tornou um requisito básico para quem quer se manter no mercado. A transformação que a pandemia causou na forma de se exibir e vender a moda é um exemplo de que saber inovar passou a ser uma necessidade constante.
Diversas iniciativas que surgiram até mesmo antes do distanciamento social conquistaram o interesse e uma aproximação com públicos dos mais variados segmentos, como é o caso dos games. As chamadas skins, roupas que podem ser compradas para personagens de jogos virtuais, já fazem sucesso há algum tempo, mas a estilização por grifes é um tanto quanto recente.
Em 2019, por exemplo, a Nike se juntou com o império online Fortnite para vender o tênis Air Jordan em conjunto com as skins “Grind” e “Clutch”, que foram inspiradas no astro do basquete, Michael Jordan. No mesmo ano, a grife Louis Vuitton fez muito sucesso produzindo roupas para o jogo League of Legends.
Essa possibilidade abriu caminhos e despertou a criatividade de outras marcas, que não perderam tempo durante a pandemia, como a Gucci, que, em parceria com o game Tennis Clash, lançou uma coleção de roupas exclusivas que durante um torneio puderam ser adquiridas pelos jogadores para serem usadas no mundo real.
A francesa Balenciaga é outro exemplo que deu um passo além e, ao invés de conceber parcerias, criou um jogo de videogame próprio. Dessa maneira, foi possível criar toda uma atmosfera virtual para que os convidados tivessem a experiência da passarela em casa, para o desfile de apresentação da versão 3D da coleção de outono 2021.
O que iniciativas como essa proporcionam vão muito além de ditar se a tendência da estação será uma calça pantalona ou skinny. Trata-se de explorar um novo mercado, que está repleto de possibilidades, especialmente para os estilistas, que poderão usar e abusar da criatividade na criação de peças para uma realidade completamente diferente da que estamos habituados.
De acordo com relatório elaborado pela SuperData, empresa especializada em games e eSports, em 2020, o League of Legends, que é gratuito para os usuários, gerou uma receita de US$ 1,75 bilhão para a Riot Games, desenvolvedora do jogo, e a maior parte desse faturamento veio da venda de itens cosméticos, como as skins.
Dados como esse mostram que, além de oferecer maior liberdade criativa para estilistas e grifes que querem se aproximar do público, esse novo modelo de negócio também tem um potencial lucrativo bastante alto, o que pode ser um ótimo atrativo para marcas que buscam maneiras de firmar ainda mais a presença no mundo digital.