Cuidados com a saúde e o bem-estar são parte da rotina dos brasileiros. Todos os anos, cresce o número de praticantes de atividades físicas, o que movimenta o mercado de produtos esportivos. No Brasil, o segmento fatura cerca de R$ 65 bilhões ao ano, equivalente a 1,6% do PIB brasileiro. Com mais de 7 mil lojas especializadas em esportes e mais de 14 mil que vendem algum item esportivo, o faturamento anual do varejo de produtos esportivos chega a R$ 4,73 bilhões.
Com base nessa realidade, investir em moda esportiva pode ser uma alternativa para os negócios. O País é o segundo do mundo em quantidade de academias, atrás somente, dos EUA. Entre os esportes mais praticados: vôlei, tênis de mesa, natação, futebol de salão, capoeira, skate, surf, judô e atletismo. É importante destacar que a atividade física é associada à promoção da saúde e aumento da qualidade de vida. Já o esporte é uma atividade corporal que possui a finalidade de melhorar a condição física e o bem-estar mental, ao constituir relações sociais ou a obtenção de resultados em competições.
No Rio de Janeiro, há grande adesão às práticas esportivas, que ampliam-se com a realização dos megaeventos. A porcentagem de adultos que praticam as atividades físicas recomendadas, em seu tempo livre, é de 38%. Entre as principais atividades físicas, estão as praticadas nas academias, como a musculação e o crossfit, que reúne cada vez mais adeptos. Nas praias, os esportes mais populares são o futebol de areia, o vôlei de praia, o frescobol (espécie de tênis de praia), o surf e o kitesurf (esporte aquático que utiliza uma pipa e uma prancha para movimento).
Necessidades de quem pratica esporte
Em um estudo realizado por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), quando perguntados sobre qual tipo de tecnologia considera mais útil em roupas esportivas, 64% dos entrevistados apontam o conforto térmico em primeiro lugar. Outras tecnologias aplicadas aos fios, como ação bactericida, compressão e proteção UV (radiação ultravioleta), ficaram empatadas na preferência de ‘utilidade’.
Os atletas e praticantes de exercícios, cada vez mais vaidosos e exigentes, dão preferência para roupas modernas e, ao mesmo tempo, confortáveis e adequadas. A busca por roupas leves, claras, com boa transpiração e flexibilidade, possibilitam melhor aproveitamento dos exercícios e mais rendimento – características que devem ser consideradas na moda esportiva.
Na hora de escolher produtos esportivos para ofertar na sua loja, leve em consideração aspectos relacionados à prática esportiva. Desta forma, terá um mix de artigos que potencializem a performance do seu cliente na atividade física.
- Futebol: camisetas com tecido sintético facilitam a transpiração e as bermudas com compressão evitam lesões, além de potencializarem os chutes.
- Natação: maiôs e sungas que diminuam o atrito da água e com resistência ao cloro, aumentando a durabilidade da roupa.
- Musculação: roupas leves, que evitam o acúmulo de suor, possibilitam a movimentação, além da secagem rápida. Os tecidos devem ser naturais, como linho e algodão.
- Corrida: as peças devem proporcionar controle térmico e compressão em algumas regiões, como nas coxas.
- Esporte de aventura: roupas resistentes aos atritos (como lama e pedras) e que protejam dos raios solares.
- Ciclismo: o poliéster e a lycra são os tecidos mais indicados, pois diminuem o atrito com o ar.
- Ioga: roupas confortáveis e leves, que permitem a livre movimentação.
Fibra inteligente
A “fibra inteligente” é aquela que reage diante de variações de estímulos, como luz, calor, suor, feridas, entre outros, mas que se comporta como uma fibra normal quando o usuário não está se exercitando. Os tecidos inteligentes e tecnológicos são os mais indicados para as práticas de atividades físicas, pois possuem diversas funcionalidades, como proteção solar para exercícios ao ar livre e tecnologia de liberação do suor através do material usado nas roupas.
O surgimento dessas fibras têm contribuído decisivamente para ampliar as fronteiras de utilização dos produtos de moda esportiva. Para Patrícia Sant’Anna, diretora de pesquisa da Tendere, os pequenos negócios devem ‘perder o medo’ da tecnologia, compreendendo que “seus produtos, ao proporcionarem melhor performance e estilo, se tornarão mais competitivos em um mercado de repetições de fórmulas estéticas”.
Conheça alguns destes tecidos:
- Supplex: produzido com fio de poliamida, é uma fibra sintética com grande resistência ao atrito. Considerado um dos tecidos mais leves, possui secagem rápida e oferece conforto e a sensação de vestir um tecido feito de algodão, mas com os benefícios da tecnologia do nylon. Protege dos raios solares, retém a cor do tecido por mais tempo, evita o mau cheiro provocado pelo suor e possui alta compressão, atenuando microtraumas da prática esportiva.
- Emana: fio inteligente de poliamida. Possui cristais bioativos na sua composição, capazes de absorver o calor do corpo e devolver para a pele em forma de raios infravermelhos. Reduz os sinais de celulites e fadiga muscular.
- New Zealand: tecido frio que oferece muita compressão e alta elasticidade, modelando o corpo e oferecendo maior sustentação da musculatura. Também possui proteção UV e secagem rápida.
- X-Bio: tecido leve que protege dos raios ultravioletas e possui ação bacteriostática, evitando a proliferação de bactérias e o mau cheiro na roupa.
- FastSkin: comprime o corpo do atleta diminuindo as vibrações dos músculos e reduzindo a perda de energia.
- Thermodry: feito de fibras sintéticas, mantém o corpo seco, pois permite que a transpiração passe rapidamente para fora do tecido.
- Tecidos compressores: melhoram a circulação sanguínea, a sustentação muscular e aumentam o desempenho do atleta. São indicadas também para a recuperação do atleta, reduzindo a fadiga muscular. Fique atento aos níveis de compressão nesses tecidos e confira a regulamentação em relação à etiqueta de composição.
- Devore Ecológico e Polo Stone Ecológico: composto de algodão (37%) e garrafa pet/poliéster (63%), possibilitando ofertar um tecido ecológico ao cliente.
- BioTrack: facilita a transferência de calor do corpo para o meio externo, porque atua como uma segunda pele. Possui ação bacteriostática que torna o tecido resistente a 30 lavagens.
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Fonte: Relatório de Inteligência – Moda – Ed. Agosto/2015 – Sistema de Inteligência Setorial
Edição: Fernanda Peregrino, da FC Comunicação
Imagem: Michael L. Baird/Wikipedia (creative commons)