A Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity – ABVCAP realizou, nos dias 16 e 17 de março de 2012, em São Paulo, seu tradicional Congresso ABVCAP, nesta edição com o tema “Gerindo Recursos para o Desenvolvimento Sustentável do Brasil”.
O presidente do BNDES, professor Luciano Coutinho, proferiu palestra magna no evento e mostrou, de forma bastante didática e sucinta, na palestra “O Cenário Econômico Mundial e a Economia Brasileira”, a importância do capital empreendedor como instrumento de desenvolvimento sustentável de pequenos negócios. O cenário é favorável para o mercado brasileiro, disse o presidente, pois, com a desaceleração da economia chinesa, a recessão vivida na Europa e a fraca recuperação dos EUA, muitos investidores em capital empreendedor têm voltado suas operações para países emergentes, principalmente o Brasil.
Atualmente, as economias de países emergentes crescem cerca 4% acima da média das economias desenvolvidas e, em que pese o maior crescimento, a evolução conjuntural das economias de países desenvolvidos e emergentes são coladas, ou seja, dependentes entre si.
Entretanto, o Brasil, como país emergente, possui trunfos que outras nações não têm. O nosso mercado interno é forte, sustentado principalmente pela inclusão social da classes mais baixas. Somos donos de um sistema bancário robusto, colocado entre os melhores do mundo. Aliam-se a isso investimentos diretos crescentes, associados a oportunidades relevantes, tais como petróleo/gás, infraestrutura, energia, cadeias competitivas, Copa de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016. Por fim, o Brasil tem uma capacidade de resposta altamente positiva, fruto do crescente índice de confiança que o país vem atingindo nos últimos anos.
Segundo o presidente do BNDES, em sua palestra magna, “é preciso ajudar o setor produtivo de pequeno porte a alavancar negócios por meio de apoio em questões tecnologias e inovadoras”. As taxas de inovação da economia brasileira têm melhorado, mas ainda estão aquém da média dos países desenvolvidos e também dos asiáticos. No longo prazo, as perspectivas de investimento no país devem continuar fortes e o BNDES deverá investir, entre 2012 e 2013, cerca de R$ 1 bilhão na indústria de fundos de Venture Capital e Private Equity. Atualmente, o banco possui 14 fundos de Seed Money (capital semente) e 15 fundos de Private Equity.
Por fim, os desafios para o crescimento de longo prazo foram colocados pelo presidente do BNDES como a continuidade da ascensão das classes sociais de menor poder aquisitivo, a elevação da taxa de poupança do país, a diversificação das fontes de financiamento de longo prazo, o fomento à inovação e à sustentabilidade, o investimento na infraestrutura, a qualificação da mão de obra com ganhos de produtividade e, finalmente, a melhora da competitividade da indústria brasileira.