Se há setores na economia brasileira em que sobram dúvidas se a Copa do Mundo será um bom negócio, o de pagamentos eletrônicos não é um deles. O fluxo de turistas atrás das partidas do Mundial entre junho e julho deve trazer um “bônus” de, no mínimo, R$ 5,9 bilhões em compras com cartão para o Brasil neste ano.
Com esse volume, o crescimento do mercado de cartões brasileiro deve se aproximar de 18,3% em 2014, para R$ 956 bilhões em transações, em linha com o desempenho de 2013. Sem o bônus, o avanço desaceleraria para cerca de 17,6%. Os cálculos foram feitos pelo Credit Suisse.
Entre as gigantes do setor de cartões, promete ser acirrada a disputa para quem vai conquistar uma fatia maior desse “bônus” da Copa. As credenciadoras de cartões, responsáveis por capturar as transações no varejo, se apressam em arrematar as estratégias que montaram para o Mundial. As iniciativas envolvem aumentar a presença em estádios, aceitar pagamentos em moedas estrangeiras e conquistar a preferência de segmentos chave de turismo.
“Um impacto de R$ 5,9 bilhões é uma estimativa conservadora”, afirma o analista do Credit Suisse, Victor Schabbel, que junto com Marcelo Telles, Daniel Sasson e Alonso Garcia fizeram um amplo estudo sobre o setor. “O PIB pode não crescer tanto em função da Copa, mas o consumo doméstico avança, sim, o que puxa a indústria de cartões”, diz Schabbel. Em 2013, o mercado de cartões movimentou perto de R$ 850 bilhões em transações. Em 2015, contudo, os analistas do Credit preveem um crescimento de 15,8% para o setor, na “ressaca” do Mundial.
Em parceria com a bandeira de cartões Visa, patrocinadora do evento, a Rede (ex-Redecard) virou o meio de captura preferencial de compras com cartão nos 12 estádios da Copa. Tanto que montou um esquema de guerra para atender as arenas durante o campeonato. Serão 233 técnicos nos estádios, em que estarão instalados 13,6 mil terminais de captura, para quem for comprar alimentos e bebidas nos locais. Só nos estádios, a Rede espera capturar 360 mil transações, com tíquete médio de R$ 44, num montante total de R$ 20 milhões, afirma Milton Maluhy, presidente da Rede.
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