Levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE) indica que os sinais de desaceleração do mercado de trabalho, a antecipação de compras a prazo devido ao aproveitamento do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) reduzido, a alta da inflação e as taxas de juros mais elevadas têm motivado os consumidores a se endividarem.
De acordo com a coordenadora da Sondagem do Consumidor do IBRE, Viviane Seda, os consumidores não estão conseguindo pagar suas contas. Em junho, 11,4% dos consumidores ouvidos estavam com dívidas atrasadas há mais 30 dias.
De acordo com o quesito especial sobre comprometimento e endividamento da renda das famílias brasileiras, entre junho de 2012 e junho de 2013 essa taxa havia se mantido estável, em 9%. Além disso, apesar do montante da renda com compras parceladas ter registrado um aumento mais tímido – de 59,2% para 60,7% entre junho de 2013 e junho de 2014 –, o comprometimento financeiro das famílias teve alta superior a 10% da renda com compras a prazo, de 27,4% para 29,8% no mesmo período.
Ao separar os consumidores por faixa de renda, percebe-se que a situação é pior para aqueles com menor poder aquisitivo (renda familiar mensal até R$ 2.100): 20% deles estão com pagamentos em atraso, o maior nível dos últimos dois anos, enquanto apenas 2,7% dos consumidores mais ricos (acima de R$ 9.600) estão na mesma condição.
Os números reforçam a tendência mostrada pelo Banco Central sobre o crescimento da inadimplência. Em 90 dias antes de maio, o indicador do BC subiu a 6,7%, depois de se manter em 6,5% nos três meses anteriores.
Com informações do FGV Notícias.