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Entrevista com Cassio Spina, engenheiro eletrônico e fundador da Anjos do Brasil

O mercado brasileiro está cheio de casos de sucesso com ideias inovadoras. Várias dessas ideias de sucesso receberam “capital semente” de “anjos” ou de fundos especializados e são chamadas de “startups”. Mas, será que basta sair vendendo uma ideia? Como acontece o relacionamento com investidores? Quais ideias eles preferem? E o que faz com que uma ideia seja ou não seja uma startup? Cassio Spina, empreendedor e investidor anjo em “startups”, explica esses assuntos nesta entrevista.
“O critério mais importante é a avaliação dos empreendedores, suas competências e principalmente sua demonstração de capacidade de execução. Em seguida vem o projeto, sua viabilidade, potencial/mercado, inovação e escalabilidade”, diz ele.

 

Entrevistado – Cassio Spina

Sebrae – Quais são as semelhanças e as diferenças entre uma startup e uma micro ou pequena empresa? As necessidades e oportunidades são diferentes?
Cassio Spina – Uma startup, normalmente, começa como uma micro ou pequena empresa, do ponto de vista jurídico. Entretanto, ela é idealizada para crescer rapidamente ou então não se sustentará. Uma micro ou pequena empresa pode permanecer rentável em seu porte. Dizemos que uma startup é “uma grande empresa em sua fase inicial”. Outro aspecto é que uma startup tem de ser inovadora, seja no produto, no serviço ou modelo de negócio ou no processo, para ter potencial de crescer aceleradamente, enquanto que uma micro/pequena empresa, apesar de ser desejável, não precisa obrigatoriamente ter inovação. Assim, o planejamento e o desenvolvimento são, normalmente, bem diferentes. Por exemplo, enquanto que para uma micro/pequena empresa convencional um plano de negócio bem estruturado é importante, para uma startup já não tem tanto valor, sendo mais relevante apenas o modelo de negócio e principalmente sua validação perante ao mercado.
Sebrae – Buscar sócios investidores é fundamental para uma startup?
Cassio Spina – Para uma startup, o capital intelectual, a rede de relacionamentos e a experiência do investidor são mais importantes para seu sucesso, inclusive do que o financeiro. Assim, se o sócio investidor puder aportar esse valor agregado, é essencial, sim. Nesse sentido, a startup deve procurar um investidor ou, se ainda não estiver na fase de captação de recursos, um conselheiro (advisor), que aporte seu trabalho (vide mais no site http://www.anjosdobrasil.net ), agregando para o empreendedor sua experiência e seus conhecimentos, tanto na fase de planejamento quanto na de execução do negócio. Dessa forma, além de evitar cometer erros comuns, que podem comprometer o negócio, o aporte intelectual do investidor/conselheiro acelerará seu desenvolvimento e aumentará suas chances de sucesso.

Sebrae – Quais são as diferenças entre capital semente, investidor anjo e venture capital?
Cassio Spina – O capital semente é o investimento necessário para colocar uma empresa no mercado e validar seu modelo de negócio, podendo ser aportado por um fundo semente e/ou por um investidor-anjo, enquanto o venture capital são os fundos que aplicam em empresas com modelos de negócio já provados, isto é, empresas que já tenham receitas acima de R$ 1 milhão/ano e precisam escalar ou acelerar seu crescimento. Conforme destaco em meu livro (vide http://www.investidoranjo.net ), os fundos de investimento têm, como diferencial, poderem aportar valores maiores de investimento, enquanto os investidores anjo conseguem agregar mais valor por seus conhecimentos e sua experiência. Assim, são muito complementares entre si, muitas vezes inclusive fazendo investimentos juntos em uma mesma empresa.

Sebrae – Quais são os critérios utilizados pelos investidores para decidir um aporte em uma empresa?
Cassio Spina – O critério mais importante é a avaliação do perfil dos empreendedores, suas competências e, principalmente, sua demonstração de capacidade de execução. Para tanto, é analisado não só o currículo deles, mas também o que já conseguiram fazer sozinhos, com recursos próprios. Em seguida, vem o projeto em si, sua viabilidade econômica, isto é, se o
quanto pode gerar de ganhos proporciona um bom retorno do investimento; o potencial do mercado que irá atender, se é crescente; e quem são os concorrentes, a inovação e diferenciação que a empresa possui. Finalmente, vem a escalabilidade, isto é, o quanto o negócio pode crescer sem depender de grandes investimentos e/ou equipe especializada.

Sebrae – O que se deve e o que não se deve fazer para se ter uma startup de sucesso?
Cassio Spina – Em primeiro lugar, deve-se pesquisar o mercado, suas necessidades e a disposição de pagar pela solução das mesmas. Para tanto, a melhor coisa é conversar com quem conhece o mercado, apresentar rapidamente a sua ideia/proposta e, principalmente, perguntar e ouvir muito, buscando extrair o máximo de informações para identificar a oportunidade real daquele segmento em que se irá atuar. Em seguida, se deve montar um time com competências complementares, por exemplo, um cofundador que tenha domínio técnico e/ou operacional e outro com visão de negócios/comercial/marketing. A partir daí, deve-se, então, pensar no produto/serviço. O que a startup não deve fazer é justamente pensar na ordem inversa: idealizar um produto/serviço para então tentar achar um cliente que sirva para o mesmo. Seu esforço poderá ser desperdiçado se aquilo que fez não atender a uma necessidade efetiva do cliente.

Sebrae – Se o senhor pudesse dar um passo a passo para um empreendedor montar uma startup e encontrar um investidor, o que você diria?
Cassio Spina – Em primeiro lugar, o empreendedor precisa ver o mercado em que atuará. Ele deve conversar com pessoas que conheçam o mercado e até clientes, apresentar a sua ideia e ouvir opiniões. Deve ouvir sobre o interesse efetivo delas, Sentir se, quando ele tiver o negócio pronto, eles vão contratar ou comprar seus produtos e serviços. O segundo passo é o protótipo, uma amostra do serviço que será apresentado ao cliente, não só para ele o conheça melhor, mas para o investidor conhecer o seu negócio, pois é difícil para o investidor imaginar apenas uma ideia. O terceiro passo será mostrar a sua capacidade de execução, que é a possibilidade de avaliar o empreendedor, se ele vai conseguir executar aquilo que ele oferece. Quando o empreendedor consegue criar o protótipo com recursos próprios, ou com a ajuda de parentes ou amigos, mostra que sabe se virar, o que é característica essencial de qualquer empreendedor. Depois disso tudo, dá para procurar um investidor. Leve o protótipo, formate seu modelo de negócio e um plano de negócios mínimo, mesmo que não esteja completo.
Os investidores podem ser encontrados nas redes, em eventos voltados para startups, em apresentações, cursos ou competições. Quanto mais exposição o empreendedor conseguir, maior será a chance de ele encontrar o investidor certo para seu negócio.

 

Cassio Spina é engenheiro eletrônico formado pela Escola Politécnica da USP, foi empreendedor por 25 anos na área de tecnologia e, atualmente, exerce a atividade de investidor anjo para empresas de inovação. É fundador da Anjos do Brasil (www.anjosdobrasil.net), entidade de promoção do investimentoanjo; colunista de Exame, INFO, Brasil Diário, Empreender Saúde e Endeavor, conselheiro das empresas Portal Educação e TWT Digital e autor do livro “Investidor-anjo – Guia prático para empreendedores e investidores”
(www.investidoranjo.net).

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