Por Pedro Valadares
O SEBRAE/AP conduz vários projetos com comunidades indígenas e quilombolas, onde moram pequenos artesãos do interior do estado. Muitos ainda acham que apenas o fato de produzir uma peça original, baseada na cultura local, garantirá a venda dos seus produtos.
O mercado turístico local tem apresentado uma demanda latente por artesanatos mais “portáteis”. Uma panela de barro com temas indígenas é belíssima, mas o transporte desse produto é difícil, pois trata-se de uma mercadoria grande que ocupa muito espaço na mala do turista.
O SEBRAE/AP realizou um trabalho de sensibilização para que os artesãos produzissem peças menores, que pudessem servir de lembrança para o turista e fossem fáceis de transportar. Apesar de as peças menores apresentarem um volume de vendas maior, muitos insistem em produzir artefatos maiores, alegando que esse modo de produção é tradição da cultura local.
Observa-se nesse caso uma das dificuldades de transformar cultura em produto. Nem sempre a forma tradicional é a mais aceita pelo mercado. O que fazer nesse momento? Respeitar a tradição, mas gerar menos receita ou sensibilizar os artesãos para a necessidade de mudança? A palavra é sua, leitor.
Pedro Valadares, da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros