A revolução digital, impulsionada pela pandemia de covid-19, tem transformado os modelos de negócios de alimentação e a forma como os consumidores buscam a experiência de comer fora de casa. Essa forte tendência ficou muito evidente nas apresentações do evento Open Food Innovation Summit 2020.
Algumas mudanças definitivamente vieram para ficar e estão impactando diretamente o modelo de negócios das empresas do setor de alimentação fora do lar. Nesse contexto, saber se reinventar é fundamental e isso ficou muito evidenciado na palestra da Vanessa Huguinin, fundadora e Head de projetos da Empresa Food-se.
Na palestra, Vanessa apresentou de forma bem objetiva a importância do propósito para as empresas de gastronomia, sendo quesito inegociável para que a empresa possa se conectar com seu cliente.
O propósito se tornou o “novo gourmet”, e para ganhar o novo consumidor, não basta sabor e técnica apurada. Estamos vivendo a era das marcas humanizadas, com chefes se engajando cada vez mais não só na concepção e preparo dos pratos, mas também nas relações com seus clientes.
O processo chamado, “humam branding”, é a bola da vez no posicionamento das empresas de gastronomia, que nada mais é que a história contada, trazendo elementos relacionados a produtos, insumos e sobre a idealização do negócio, tudo isso em uma linguagem própria que dialoga com toda a estratégia de comunicação e com o perfil do cliente ideal de cada empreendimento.
No processo de posicionamento das marcas de gastronomia, é fundamental repensar a estratégia sem, no entanto, perder a essência. Quando consumidores buscam conexão e proximidade ao consumir, a autenticidade é a chave para alcançar os resultados com a estratégia de branding.
Na palestra foram apresentadas ainda algumas tendências que vieram para ficar após tantas transformações vividas pelo setor:
Protagonismo de experiências ao ar livre: Importante explorar o entorno e repensar a localização do negócio para proporcionar essa experiência ao consumidor.
Cozinhas e espaços gastronômicos colaborativos: Com a possibilidade de redução de custos fixos e operação de marcas parcerias em um mesmo espaço. (para isso uma marca forte é fundamental).
Segurança alimentar em primeiro lugar: Nessa lógica a empresa deve contar as verdades da marca. A comunicação que antes era sobre sabor e técnica agora é também sobre a segurança: do local, da equipe e do cliente.
Pensar na cadeia produtiva: Fortalecer relações com fornecedores e considerar o impacto da compra da sua empresa no meio ambiente e na sociedade.
Transformação digital: Atendimento que minimize o contato físico, com o uso de tecnologias como o QRcode, ou totens de autoatendimento se mostram acessíveis e muito presentes. A presença nas redes sociais com conteúdo ativo ganhou mais consistência e tem se mostrando como o principal canal para comunicação com os clientes.
Gastronomia multicanais: O delivery é uma realidade sem volta. Importante pensar nesse canal de venda como “um negócio à parte” do modelo físico de atuação. A modalidade exige controle máximo com operações enxutas e eficientes e é fundamental pensar em formas de incrementar a experiência do cliente. A logística ainda é seu principal gargalo e para amenizar esse efeito, um relacionamento próximo e sustentável com os entregadores pode garantir um resultado melhor.
Ficou evidente na discussão o quanto o setor de alimentação foi impactado pela pandemia e como as relações de consumo se transformaram nos últimos meses. Nesse contexto farão diferença, as empresas que conseguirem se CONECTAR COM SEUS CLIENTES e se modernizarem, sem, no entanto, perderem sua ESSÊNCIA.