O setor de móveis se especializa na produção de móveis menores e feitos de materiais mais baratos para atender demandas de nichos de mercado.
Por Iuri Andrade *
As vendas de móveis cresceram 10% no Brasil, em 2008, em termos de valor, alcançando a cifra de R$ 17 bilhões. O bom desempenho da construção civil combinado com o aumento de créditos facilitados no mercado tem impacto positivo nas vendas de móveis. Consumidores mudando para novas residências ou trocando de mobiliário, isso estimula as vendas e aumenta o número de lojas no país.
O setor de móveis já percebeu é um bom negócio se especializar em tipos específicos de mobiliário para atender demandas de nichos de mercado. A Tok&Stok foca, por exemplo, em seguimentos de produtos para clientes de classe A e B, e se especializou em linhas de produtos que atendam aos gostos e demandas desse público. Algumas lojas também planejam aumentar a sua oferta de produtos especializados para escritórios e arquitetos.
Por outro lado, os lojistas de menor tamanho começam a enfrentar forte concorrência de redes como Casas Bahia, Magazine Luisa e supermercados. As Casas Bahia já vendem produtos através da marca Bartira. O Carrefour anunciou planos de iniciar a venda de uma linha própria de móveis de jardim e móveis de exterior através da marca Jardim & Deco. A expectativa é de que as vendas cresçam muito por meio desta forma de comercialização. E ainda há as vendas pela internet, que tendem a crescer sobremaneira, principalmente para empresas que já possuem marcas consolidadas no mercado.
Tendências até 2013
A tendência no mercado de móveis é que as vendas cresçam 8,5% até 2013. No entanto, as vendas de 2008 a 2013 devem ficar menor do que de 2003 a 2008, apesar de que espera-se o aumento dos espaços de comercialização.
Confira outras tendências:
• De acordo com uma pesquisa da “Pequenas Empresa, Grandes Negócios”, 94% dos móveis residenciais são comprados por mulheres;
• Assim que se estabelecem financeiramente, os brasileiros mudam os seus hábitos de consumo para produtos de uma qualidade melhor. Além disso, orientam o seu consumo para atender às necessidades de seus filhos, incluindo mobília do quarto;
• A partir da estabilidade advinda do Plano Real – 1994 –, os consumidores de baixa renda começaram a ter maior acesso ao crédito, com financiamentos de longo prazo. Vários produtos vêm se adaptando para atender esse nicho de mercado. Os móveis vêm se tornando menores para se adaptar ao tamanho das casas, utilizando matéria-prima mais barata;
• O tamanho dos móveis da classe B e C também vêm se tornando menores, pois cada vez mais os tamanhos dos apartamentos estão menores.
Leia o estudo Tendências do Mercado Brasileiro para o Setor de Móveis completo!
* Iuri Andrade é analista da Unidade de Acesso de Mercados do Sebrae Nacional.