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Reciclagem de carros beneficia meio ambiente, segurança e economia

Reciclagem de carros beneficia meio ambiente, segurança e economia

A destinação de peças de carros usados, seja por meio de descarte, venda ou reciclagem, é uma questão bastante presente e que vem sendo cada vez mais debatida no Brasil recentemente. Encontrar maneiras de reaproveitar componentes automotivos, reciclando e revendendo, pode ser uma solução para minimizar problemas ambientais e de segurança, além de criar oportunidades de negócios.

Nos últimos anos, a mobilidade se transformou em um grande desafio, visto que o mundo possui cerca de 1,4 bilhão de veículos e as montadoras não param de fabricar – atualmente, são mais de 100 milhões de unidades por ano –, de acordo com a Organização Mundial dos Construtores de Veículos Automotores (OICA).  

Desta forma, alternativas energéticas, como a eletricidade e o hidrogênio, ajudam a encarar o problema, mas não definem o melhor rumo para veículos fora de uso. A prioridade é destinar corretamente peças antigas e trocadas, tal qual fluidos e resíduos.

Vender componentes usados, vindos de desmanches, é uma atividade muito comum no Brasil, frequentemente feita de forma irregular, a partir de carros roubados e furtados. Diante disso, em 2014, foi criada a Lei do Desmanche, que autoriza a reciclagem automotiva no país, com o objetivo de regulamentar a revenda desses itens, combater o mercado ilegal, reduzir a criminalidade e estimular a reutilização de peças.

Essa determinação federal, que fez estados e municípios criarem normas parecidas, não só limita o funcionamento de oficinas clandestinas e golpes em seguradoras de veículos, bem como abre espaço para empresas que reciclam sucata de carros, motos, ônibus e caminhões, permitindo a fiscalização automotiva de autoridades públicas.

Segundo a Renova Ecopeças, empresa de reciclagem automotiva, dependendo do estado de conservação do veículo, 95% de seus componentes são úteis, pois é possível reaproveitar quase todas as peças de um carro batido ou danificado, e o preço para revenda no mercado de reposição pode ser até 60% menor do que em concessionárias.

Por outro lado, o índice de carros fora de circulação que são reciclados no Brasil é de apenas 1,5%, enquanto nos Estados Unidos, onde os “ferros-velhos” praticamente não existem mais, quase todos passam pela reciclagem regular. Assim, uma quantidade enorme de veículos vai parar em desmanches e aterros ilegais, gerando danos ao meio ambiente, em razão do descarte impróprio de peças e resíduos no solo.

Quando se trata de reciclagem, de maneira geral, o Brasil é uma referência mundial. Contudo, ainda está atrasado no setor automotivo, em comparação com outros países, mesmo com o avanço recente na legislação e a presença de algumas empresas que fazem este trabalho com qualidade.

Reciclagem automotiva

O processo de reciclagem tem algumas etapas, começando pela descontaminação do automóvel, para a retirada de gases e fluidos. Depois, vem o desmonte das peças, que são analisadas detalhadamente e categorizadas entre as que estão em perfeito estado de conservação, com pequenas avarias e fora de condição de uso.

Os itens considerados em bom estado, ou com poucos danos, são certificados e autorizados para revenda. Já os materiais avaliados como inadequados para reutilização são transferidos para uma empresa especializada, que fica responsável pelo tratamento e descarte corretos.

As categorias mais utilizadas, segundo o Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), são a reciclagem energética, capaz de transformar resíduos em energia térmica ou elétrica, podendo ser vendida ou reutilizada, a reciclagem química, que busca recuperar elementos químicos de materiais de plástico para reutilizá-los, como em para-choques, tanques de combustível e freios, e a reciclagem mecânica, que diminui o reprocessamento de peças, criando componentes diferentes com o mesmo material.

Outra forma de reutilização é a industrial, na qual há um reaproveitamento de partes de automóveis que sofreram pequenos estragos em acidentes e que não foram totalmente danificadas, como pneus recauchutados, por exemplo.

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