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Reciclados de Alumínio: demanda latente mobiliza toda a cadeia produtiva

Reciclagem é mais atraente que produção primária

Desde 2001, consecutivamente, a reciclagem da latinha de alumínio tem levado o Brasil à liderança mundial na atividade. Aproximadamente 97,9% da produção nacional de latas consumidas foi reciclada em 2012. Ano em que o País reciclou 248,7 mil toneladas de sucata, o que corresponde a 18,4 bilhões de unidades, ou 50,4 milhões por dia ou 2,1 milhões por hora.

Segundo o Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), no ano de 2012, a reciclagem de latas de alumínio para bebidas movimentou R$ 1,8 bilhão na economia nacional. Somente a etapa de coleta (a compra das latas usadas) injetou R$ 645 milhões.

Já o Valor revela que os brasileiros também superam estatísticas globais quando é considerado todo o universo de reciclados de alumínio. Além de latas, as indústrias também recuperam o metal de panelas, peças de automóveis e esquadrias de janelas, por exemplo. O total recuperado a cada ano chega a 500 mil toneladas, representando cerca de 35% do alumínio consumido por fabricantes de latas, automóveis e outras indústrias no Brasil, enquanto a média mundial é de 30%.

A demanda por reciclados de alumínio é intensa e apresenta tendência de crescimento no país. Isso porque, além de benefícios econômicos, sociais e ambientais que essa produção traz, há expectativas no setor de que indústrias como montadoras e empresas de construção civil usem mais alumínio no futuro, o que puxaria a demanda pela opção reciclada.

Para que se tenha uma ideia mais contundente desse cenário, o material é alternativa para que os fabricantes de automóveis consigam tornar os veículos cada vez mais leves. Enquanto nos Estados Unidos um carro tem 130 quilos em peças de alumínio e na Europa essa média é de 100 quilos, no Brasil a proporção é de 45 quilos. Configurando, portanto, que ainda há espaço para avanços nessa demanda.

Descompasso no setor

Um estudo realizado pela Abal (Associação Brasileira do Alumínio) mostra que a indústria brasileira do alumínio caminha para um gigante descompasso entre a produção interna de metal primário e o consumo doméstico de produtos transformados.

A produção do alumínio primário de 2012 manteve-se no mesmo patamar de produção atingido em 2011. Enquanto isso, a demanda por reciclados de alumínio segue aumentando. A estimativa do setor é que em 2025, o país pode vir a ter uma necessidade de importação de 1,435 milhão de toneladas do metal. Até 2013, o país produzia mais do que consumia. Neste ano, a produção já ficará abaixo do consumo em pelo menos 400 mil toneladas e a tendência é de aumento dessa diferença.

Nesse contexto, foi identificado que a queda na produção primária ocorre por, pelo menos, dois fatores: baixo preço do alumínio e alto custo de energia para a indústria eletrointensiva. Já a reciclagem do alumínio representa uma combinação única de vantagens, pois além de oferecer ganhos sociais, econômicos e ambientais, o consumo de energia elétrica no processo é de apenas 5% do total necessário para a produção do alumínio primário e sua produção a partir da sucata emite 5% de Gases de Efeito Estufa (GEE) em comparação à produção de metal primário.

Oportunidades latentes

Esse cenário tem potencializado oportunidades não só para recicladores de alumínio como para catadores.

Empresas que reciclam alumínio estão expandindo sua rede de centros de coleta de sucata. A estratégia permite que as companhias abram novos canais para a compra de matéria-prima, o que se torna cada vez mais importante com a demanda crescente pelo metal reciclado.

De olho no crescimento de consumo do metal, o grupo Recicla BR inaugurou oito centros de coleta no intervalo de um ano. Considerando os novos centros, a empresa soma hoje o total de 20 estruturas espalhadas por São Paulo, Mato Grosso do Sul, Fortaleza, Recife, Bahia, Vitória e Paraná e já anuncia os próximos destinos para inaugurações são Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O objetivo da empresa é negociar direto com os catadores. Para obter informações sobre cooperativas no âmbito do SEBRAE, acesse:

Para saber mais sobre as oportunidades para recicladores, leia “Mercado de alumínio potencializa oportunidades para recicladores”.

 

 

 

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