São muitos, mas eu vou dividir com você algo que eu realmente queria que tivessem me dito lá atrás, quando eu decidi que seria jornalista, e que talvez tivesse tornado a minha jornada mais tranquila, com menos solavancos e sustos.
Claro que ler diferentes fontes de notícias, como por exemplo, G1, UOL, Wrestling Notícias, Omelete para entender quais tipos de jornalismo existem e por quais você tem interesse é muito importante. Aprender um pouco sobre o dia a dia também é, assim como ler certos livros (deixei aqui algumas recomendações). Também se aprende muito a partir dos erros, seus e dos outros, e por isso aprender o que é mau jornalismo pode ser algo que te coloque em um bom caminho. Sempre ouvia dos meus professores a necessidade de estar na rua, de ouvir o povo, de ver filmes que mostram diferentes realidades. Todos esses são passos que você deve considerar se quer se tornar um jornalista.
Mas o mais importante ontem, hoje e amanhã é cuidar da sua saúde mental.
Eu não dava a mínima para isso aos dezessete, quando comecei a faculdade, nem aos dezoito no primeiro estágio, muito menos aos dezenove, quando fui trabalhar numa grande empresa. Eu só pensava em pauta, em redação, correr, apurar, ligar para a assessoria de um, o morador que entrou em contato porque acabou o medicamento X em hospital Y… E o autocuidado vai pro ralo.
Ser jornalista, no Brasil, já não era fácil então. O acesso às coisas mais absurdas, que as mentes mais doentias não são capazes de imaginar não é fácil. E é todo dia, toda hora. E precisa engolir o choro, ou chorar no banheiro para ninguém duvidar do seu profissionalismo. Mas se já não era fácil anos atrás, hoje a impressão que eu tenho, já longe da redação há algum tempo, é de que a situação piorou.
Vivemos em uma era em que jornalistas são virtualmente linchados por publicar algo que determinado grupo não quer que se torne notícia. Líderes de diferentes países publicamente demonizam a imprensa. Em 2018, a violência contra jornalistas no Brasil dobrou em comparação com o ano anterior.
Não é uma profissão fácil, o entorno não ajuda, e fica ainda mais difícil se você não cuida de você. Gostaria muito de ter ouvido isso anos atrás. Fazer terapia, ou ter alguém para conversar, é um passo muito importante para quem quer ser jornalista.