Ana Leticia
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Qual é a economia do açaí no Brasil?

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Açaí, sua importância, meio de reciclagem, recurso natural e a economia para o brasil

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1 Resposta

  1. Olá Ana Letícia!

    Tudo bem?

    Segundo dados da Embrapa, a movimentação da indústria de extrativismo e comercialização da “superfruta” — como também é chamado o açaí — tem como resultado anual mais de R$ 40 milhões em receitas. O consumo de açaí aumenta a cada ano em 15%, e estima-se que apenas na capital do Pará, Belém, que é um dos maiores produtores da fruta, se consuma cerca de 300 mil toneladas anualmente.

    Produtor de 95% do açaí no Brasil, o Pará possui quase 50 empresas que comercializam o fruto para outros estados, o que representa mais de 1,2 milhão de toneladas do fruto. Esse montante chega a injetar na economia paraense algo em torno de US$ 1,5 bilhão, porém, esse valor é equivalente a apenas 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, segundo dados fornecidos ao G1 pelo Sindicado das Indústrias de Frutas e Derivados (SINDFRUTAS). O segundo maior produtor do fruto é o Amazonas (AM), com 52 mil toneladas, seguido por Roraima (RR), com apenas 3,5 mil toneladas, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Em relação ao mercado de consumo do açaí, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são, respectivamente, os principais consumidores de açaí depois do Pará, é comum visualizar o consumo com grãos e frutas. No mercado externo, Estados Unidos consomem 40% da exportação paraense; mercado na Europa é tímido e fruto movimenta US$ 17 milhões em dois anos, segundo estudo “Caminhos do Açaí” citado em reportagem do G1 em março de 2019.

    O empresário de uma loja de açaí compete não somente com a concorrência direta, mas também com outros tipos de estabelecimentos: bares, lanchonetes, sorveterias disputando a preferência dos consumidores. Com a concorrência direta, o empresário irá disputar, além da preferência dos consumidores, os melhores pontos públicos e privados. Por isso, quem atua no ramo, e deseja investir em uma loja de açaí, precisa se aperfeiçoar, pois enfrenta muita competição.

    A relação com o mercado fornecedor também deve se basear na sustentabilidade. Podem-se priorizar fornecedores locais como organizações regionais e cooperativas para que a economia da região seja beneficiada com as atividades da empresa, uma prática socialmente justa. Da mesma forma, a preocupação com o meio ambiente também deve ser levada em consideração a partir da escolha por empresas, cujas políticas e diretrizes sociais e ambientais estejam alinhadas com as suas, não sendo somente informações para autovalorização da marca. A questão da sustentabilidade econômica também deve ser observada nas negociações com os fornecedores.

    Quanto à reciclagem, as principais oportunidades são derivadas do aproveitamento do caroço, que gera novos produtos e ajuda na preservação do ambiente urbano. Por exemplo, ele assume um papel muito importante na produção de compostas orgânicas. Também ajuda na preservação de espaços urbanos. Um outro uso para o caroço do açaí é na produção de produtos tecnológicos. É possível utilizar o caroço do açaí ou endocarpo (parte interna do fruto) para criar novos produtos. Além disso, durante a produção do suco do açaí se obtém uma quantidade muito grande de massa biológica que pode servir para vários processos produtivos.

    A indústria de cimento foi quem saiu na frente no reaproveitamento do passivo como fonte renovável de energia e que também poderá ser agregado como item na mistura do concreto. Na busca de um produto que venha baratear a construção civil e ainda compensar as perdas ao lençol freático, proveniente da falta de impermeabilização do solo, causada pelo bloqueio do cimento armado, a faculdade de Engenharia Civil, da Universidade da Amazônia (Unama), trabalha no sentido de desenvolver um concreto sustentável com o uso do caroço de açaí. A ideia consiste em substituir de 15 a 30 por cento o seixo, pela semente do fruto, em cada metro quadrado de concreto a ser utilizado em solos de áreas com pouco movimento e sem tráfego pesado, a exemplo de parques e vielas, como explica o engenheiro, Emerson Rodrigues, professor do curso. A ideia, inclusive, também agrada quem trabalha diretamente na construção civil.